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Campos propõe 'novo desenvolvimentismo' para a economia

Pré-candidato do PSB diz que seu programa de governo vai deixar claro que 'todas as regras previstas para os contratos serão cumpridas' no País

Por João Domingos e Marcelo de Moraes
Atualização:

BRASÍLIA - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, pretende centrar seu programa econômico de governo no "novo desenvolvimentismo". Essa proposta, segundo Campos, agregará os projetos de desenvolvimento econômico com sustentabilidade, respeitando o tripé responsabilidade fiscal, metas de inflação que sejam de fato cumpridas e câmbio flutuante. "É imperioso recuperar a confiança dos investidores", ressaltou Campos, em entrevista ao Estado.O ex-governador afirma que o mercado e os grupos econômicos têm grande curiosidade e expectativa sobre suas propostas para a área. "Vamos deixar muito claro que todas as regras previstas para os contratos serão cumpridas. Não haverá mudanças no meio do caminho. Quando o empresário investir no Brasil, saberá que não terá surpresas."Os economistas Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Rezende chefiarão a equipe que vai cuidar dos projetos econômicos. Os dois são ligados à ex-ministra Marina Silva, sua candidata a vice. Campos pretende começar a tornar as propostas da área conhecidas a partir do dia 30, quando o PSB fará um seminário em São Paulo, que reunirá economistas e empresários. Para Campos, há uma desconfiança total em relação ao comportamento das autoridades por parte de investidores e empresários porque, segundo ele, o governo adota regras contraditórias. "Nós somos um País capitalista. Queremos que o empresário tenha lucro e jogue de acordo com as regras, para que o Estado não tenha de ser acionado toda vez que ele tiver prejuízo."Na avaliação do ex-governador, nos últimos três anos, o Brasil perdeu o "rumo estratégico", dizendo que ia para um lado mas seguindo para outro. Para ele, o governo de Dilma Rousseff foi o mais estatizante dos últimos tempos. Com o paradoxo de que teria conseguido arrebentar as duas maiores estatais brasileiras, a Petrobrás e a Eletrobrás. Campos comentou que a Petrobrás valia em 2010 R$ 458 bilhões e que hoje vale R$ 185 bilhões. E criticou a iniciativa da presidente de reduzir a tarifa de energia, em 2013, que, segundo ele, não deu resultados e ainda causou um rombo nas distribuidoras de energia e na Eletrobrás.Até o ano passado, o PSB de Campos fazia parte da base aliada do governo federal e contava com indicações em dois ministérios - Integração Nacional e Secretaria de Portos -, além de dirigentes em estatais. A retirada do apoio serviu para pavimentar o projeto de candidatura presidencial de Campos, que na gestão Luiz Inácio Lula da Silva foi ministro de Ciência e Tecnologia.

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