Campanha do PSB procura quebrar resistência de mercado e empresários

Imediatos de Marina reúnem-se com líderes de bancos, indústria e comércio para ‘vender’ o programa da candidata

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Isadora Peron , Pedro Venceslau e Daiene Cardoso
Atualização:

A menos de um mês da eleição, os apoiadores da campanha presidencial de Marina Silva (PSB) criaram uma agenda paralela para divulgar o programa de governo e quebrar as resistências em relação à candidata. Chamados de “vocalizadores”, os porta-vozes da candidata estão há pelo menos dez dias participando de eventos com diversos setores da sociedade, principalmente com empresários e investidores.

Marina Silva Foto: Márcio Fernandes/Estadão

O último deles reuniu 532 clientes da Bank of America Merrill Lynch (BofA). O encontro aconteceu anteontem em um hotel de São Paulo e foi liderado pelo vice da chapa, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). Sem a presença de Marina, os economistas André Lara Resende e Alexandre Rands, além dos coordenadores Walter Feldman, Maurício Rands, Bazileu Margarido e João Paulo Capobianco, fizeram uma apresentação das propostas contidas no programa de governo do PSB para a área econômica. Nesta terça-feira, a apresentação foi para convidados da Associação dos Lojistas dos Jardins, também em São Paulo. Na próxima semana, a agenda inclui encontros com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Câmara Americana de Comércio (Amcham). O objetivo dos porta-vozes do programa é fazer contato com os mais variados segmentos, como serviços, comércio, indústria, financeiro, construção civil, agronegócio, social e petróleo e gás. Segundo a campanha, a agenda é feita a partir dos convites recebidos para apresentação do programa de governo. Dependendo do segmento, os coordenadores se dividem para as apresentações. “Estamos fazendo conversas com todos os setores que querem entender detalhes do programa”, explicou Capobianco. Segundo o coordenador, como Marina caiu de paraquedas na corrida eleitoral depois da morte do cabeça de chapa, Eduardo Campos, é natural que diferentes setores tenham interesse em saber o que ela pensa. Nova política. Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, que se reuniu com o grupo semana passada, esses encontros são importantes para esclarecer o posicionamento da candidata sobre diversos temas, e não apenas na área econômica. “Ainda existem muitas dúvidas sobre o que Marina entende por nova política. Ela quer conciliar bandeiras antagônicas: o melhor do PT e o melhor do PSDB”, diz. Os colaboradores acreditam que a campanha vem conseguindo passar credibilidade e mostrar que Marina tem uma equipe de auxiliares qualificada para conduzir um futuro governo. “O mercado ficou inicialmente meio amedrontado, eles não conheciam a Marina mais madura de hoje. Os empresários ainda tinham a imagem de uma Marina muito descolada de uma estrutura política realmente capaz de conduzir o País”, diz Alexandre Rands. Para os coordenadores, o objetivo primordial dos encontros não é alavancar a arrecadação da campanha, mas sim detalhar as propostas de Marina, que vêm sendo constantemente atacadas pelos principais adversários. Com o aumento do interesse dos empresários e investidores, porém, a campanha já sente um aumento no volume de doações. “É muito menos que o da Dilma, mas é mais que a (arrecadação) do Eduardo”, resumiu Bazileu. 

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