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Cachoeira é solto e diz que agora 'quer falar'

Beneficiado por habeas corpus, ele agora se define como 'o Garganta Profunda do PT'

Por RUBENS SANTOS e GOIÂNIA
Atualização:

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi novamente libertado ontem à tarde, após ter sua prisão revogada pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1) - e saiu da cadeia dizendo-se disposto a falar. "Agora eu vou falar. Vou pedir ao meu advogado, Nabor Bulhões, para que eu fale", avisou. Na breve entrevista, Cachoeira foi além. Lembrando que "amanhã tem a CPI", avisou que pretende falar "também de alguns personagens" ligados à empreiteira Delta. E arrematou: "O PT sabe que eu sou o Garganta Profunda do PT" - referindo-se ao misterioso personagem que, nos anos 70, revelou ao The Washington Post o caso Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.Preso desde a sexta-feira, o contraventor obteve ontem novo habeas corpus - concedido pelo desembargador Fernando da Costa Tourinho Neto e deixou o Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia por volta de 19 horas. Na entrevista, disse ainda que "justiça foi feita" mas que só ficará aliviado "quanto esse processo for trancado".Em sua decisão para soltá-lo, quatro dias após a nova prisão, o desembargador Tourinho Neto entendeu que não se enquadra no caso de Cachoeira o pedido de prisão preventiva por dois anos.Confisco. Também no final da tarde de ontem, o Ministério Público Federal em Goiás pediu o confisco de bens de todos os condenados no caso. A título de correção de "omissões e contradições", os promotores Lea Batista de Oliveira e Daniel Resende de Salgado também requereram o pagamento de multa proporcional aos danos que a quadrilha provocou ao Estado. Um desses gastos foram as diárias da Operação Monte Carlo, que chegaram a R$ 156.985,50. Além de Cachoeira, o MPF requereu o "perdimento de bens" de Lenine Araújo de Souza, Geovani Pereira da Silva, Wladimir Garcez Henrique, José Olímpio de Queiroga Neto, Idalberto Matias de Araújo Gleyb Ferreira da Cruz e Raimundo de Souza Queiroga.

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