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Briga em SP 'passou, e muito, dos limites', diz Guerra

Por Angela Lacerda
Atualização:

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse hoje, no Recife, que "já passou, e muito, dos limites" a briga dos tucanos em São Paulo, divididos entre as candidaturas Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM). "Se brigarmos no primeiro turno de maneira muito estridente, nos prejudicamos, desconstruímos a nossa imagem e não ajudamos para que todos se juntem como devem se juntar para uma luta no segundo turno, que não será fácil", afirmou. "Temos mais chances, mas será sempre uma luta dura." Guerra deu as declarações ao receber o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), no hangar da Weston, de onde partiram para fazer campanha em quatro cidades - três em Pernambuco e uma em Campina Grande, na Paraíba - em favor de candidaturas tucanas. Sérgio Guerra reforçou que não cabe ao partido nacional nenhum tipo de intervenção direta na campanha da capital paulista. Quanto à defesa do presidente do Conselho de Ética do partido em São Paulo, José Henrique Reis Lobo, de expulsar os tucanos que dão apoio a Kassab - candidato pela coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) -, ele disse que os processos de afastamento e expulsão têm regras e tramitação próprias que devem ser respeitadas. "O que vamos fazer é dar prosseguimento a qualquer um desses processos e respeitar o amplo direito de defesa, cumprir o estatuto." Segundo o presidente do PSDB, companheiros que não acatam a convenção da legenda têm postura "equivocada" e a divisão corre o risco de enfraquecer o partido e a oposição. "Nosso adversário é Marta", disse ele, em referência à candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) à Prefeitura de São Paulo. Recife Sobre a campanha eleitoral no Recife, Guerra responsabilizou a oposição por uma eventual derrota nas urnas. "Houve seguramente falta de oposição a João Paulo (prefeito, do PT)", disse. Para ele, faltou oposição a João Paulo não somente na campanha, mas à sua administração. "João da Costa (da coligação "frente do Recife", PCdoB-PDT-PMN-PTB-PRP-PTdoB-PT-PSDC-PR-PSB-PTN-PRB-PRTB-PSL-PHS) não é o candidato, o candidato é João Paulo e faltou oposição mesmo", disse. "A oposição no Brasil está muito fraca, a oposição no geral", afirmou. "Os governadores, os prefeitos, inclusive os nossos, quase não têm oposição no Brasil todo", disse o presidente do PSDB. "Agora nessa campanha, ninguém fala do Lula, ele só pode subir", exemplificou. "O parlamento está muito ruim", afirmou. "Não é que falte luta, falta voto", disse Guerra, ao destacar a ampla maioria do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Câmara. Indagado se era difícil fazer oposição ao presidente, Guerra, afirmou que não. "Quando entramos em sintonia com o povo derrotamos a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) contra Lula. Falta sintonia com o povo, não só nós, a categoria política de modo geral", disse ele, ao afirmar que o presidente Lula se exclui da categoria política porque "nada tem a ver com ele, faz cara de paisagem".

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