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Boulos diz que Doria não aparece em propaganda de Covas porque 'queima o filme'

Em crítica a adversário, candidato do PSOL afirma que não tem vergonha de quem o apoia, após mostrar Lula, Ciro, Marina e Dino em programa de TV

Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Um dia depois de mostrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com outros líderes de esquerda em seu programa de TV o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, disse que seu adversário, o prefeito Bruno Covas (PSDB), esconde o governador João Doria (PSDB), que foi seu cabeça de chapa em 2016, da propaganda eleitoral.

"Me perguntam: você vai botar o Lula na TV? Botamos. A gente não tem vergonha de quem está com a gente. A gente tem orgulho, diferente do nosso adversário. Não vi até hoje ele botar o Doria na TV nem ao lado dele porque sabe que o Doria espanta voto,  espalha rodinha, queima o filme", disse Boulos em Ermelino Matarazzo depois de uma carreata de duas horas e meia pela zona leste na manhã deste domingo, 22.

Boulos disputará o segundo turno com o prefeito Bruno Covas (PSDB) Foto: Taba Benedicto/Estadão

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Pesquisa Ibope do dia 10 de setembro mostrou que o eleitorado rejeita candidatos apoiados por padrinhos. O líder da rejeição é o presidente Jair Bolsonaro. Segundo o Ibope, 63% dos eleitores não votariam "de jeito nenhum" no candidato apoiado pelo presidente. Ele é seguido por Doria, cujo candidato é rejeitado por 60% e Lula, com 54%. 

No programa de TV de sábado, 21, o ex-presidente apareceu ao lado de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Flavio Dino (PC do B) declarando apoio a Boulos. Conforme o Estadão adiantou na segunda-feira, 16, Lula teve papel de coadjuvante no programa do PSOL que tenta evitar o uso do anti-petismo contra seu candidato. 

Depois da carreata ela Zona Leste, Boulos insistiu na associação entre Covas e Doria reforçando o fato de que o governador abandonou a Prefeitura para disputar o Palácio dos Bandeirantes depois de apenas um ano e meio de mandato.

"Doria é o pior prefeito da história dessa cidade. Ele abandonou São Paulo. Acho que no um ano e meio em que foi prefeito esteve mais vezes em Paris do que aqui em Ermelino Matarazzo", disse o candidato do PSOL. 

Boulos também associou Covas à herança de Doria ao ser indagado sobre o assassinato de João Alberto Silveira Freitas por seguranças do Carrefour em Porto Alegre. O candidato do PSOL lembrou que Doria fundiu a Secretaria da Igualdade Racial com as das Mulheres, Direitos Humanos e Assistência Social e até hoje não implementou o ensino da história africana no currículo das escolas públicas. 

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"Nosso programa foi feito junto com ativistas do movimento negro de várias entidades. A primeira delas é recriar a Secretaria da Igualdade Racial que foi desmontada pelo Doria e pelo Bruno Covas", disse Boulos. 

Segundo o candidato, isso mostra uma diferença entre o discurso progressista e a prática do atual prefeito. "Bruno Covas precisa se decidir porque tem dias que ele acorda dizendo que é progressista, contra o racismo e defende a cultura. Gosto quanto ele acorda assim. Mas tem dias que ele flerta com o bolsonarismo, começa a me atacar com o mesmo discurso da extrema direita de ódio e fake news", afirmou. 

Boulos se recusou a comentar os protestos violentos contra a morte de João Alberto. Ele disse que preferia falar sobre o ato de violência que resultou na morte de Freitas.

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