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Bolsonaro defende agenda pró-mercado, mas não detalha propostas em debate

Pré-candidato defendeu a redução do Estado, menor número de ministérios e maior poder da iniciativa privada na economia

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Por Fernando Nakagawa
Atualização:

BRASÍLIA - Com um discurso pró-mercado, mas sem detalhes, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi interrompido por aplausos diversas vezes no debate com pré-candidatos ao Planalto promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília nesta quarta-feira, 4. O deputado defendeu uma agenda liberal com a ampliação do poder da iniciativa privada na economia, mas não conseguiu dar detalhes de nenhuma de suas propostas. Aos empresários, repetiu ideias como a de colocar militares ministérios e anunciou que já tem o apoio de 110 deputados. 

Em seu discurso, Bolsonaro usou expressão que ficou famosa na boca do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Queremos dar a grande sinalização de que nós podemos fazer o Brasil grande", disse. Nos Estados Unidos, o presidente republicano repetia que era possível "Fazer a América grande de novo".

Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL Foto: Joedson Alves/EFE

Para o pré-candidato, o Brasil está "praticamente insolvente" diante do comprometimento do orçamento com despesas obrigatórias. Com esse diagnóstico, Bolsonaro defendeu a redução do tamanho do Estado e a discussão da reforma da Previdência, mas criticou a proposta do também presidenciável Henrique Meirelles. "É um remendo novo em calça velha", disse.

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Mesmo ao ser questionado sobre as propostas para temas importantes para a plateia formada por empresários - como iniciativas para aumentar a competitividade da indústria ou ampliar acordos internacionais, o pré-candidato deu respostas genéricas e não forneceu detalhes. "Será que a gente precisa entender de tudo? Quem botou o Brasil nessa situação caótica foram os economistas", disse. "O presidente é como um técnico. Ele não vai jogar bola", completou. 

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Sobre comércio exterior, por exemplo, o deputado disse que procurará novos parceiros comerciais, como Israel, e comentou que o Mercosul "passou a ser uma arma para que o Brasil integre o Bolivarismo". Ao comentar a entrada da Venezuela no grupo, o pré-candidato disse que a ex-presidente Dilma Rousseff "tomava decisões com base na inteligência de Cuba e Venezuela". 

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Um dos poucos detalhes fornecidos por Bolsonaro foi sobre a intenção de reduzir os ministérios para número próximo de 15. Um dos que passariam por fusão seria o da Agricultura com o do Meio Ambiente. Nesse ministério mais enxuto, vários escolhidos seriam militares. "Vou botar alguns generais em alguns ministérios. Qual é o problema? Governos anteriores colocavam terroristas e corruptos e ninguém falava nada", disse.

Além da defesa, o pré-candidato disse que poderia colocar militares no ministério dos Transportes e na Ciência e Tecnologia. "Tenho falado com Marcos Pontes, o nossos astronauta, para ir para lá", disse.

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Críticas

Bolsonaro disse ainda que, quanto mais críticas recebe, mais provável é sua vitória no primeiro turno. "Acho que a gente tem tudo para ganhar no primeiro turno", disse, ao comentar que vai participar "de todos os debates". "Estou ansioso por esse dia", disse, ao comentar sobre a possibilidade de um debate na TV Globo. "Vamos conversar porque afinal de conta eles (TV Globo) precisam do governo", disse.

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Ao ser questionado por alguns dos industriais, Bolsonaro disse ser contra o sistema de cotas raciais na educação. "Sou contra cota. Somos iguais, somos competentes", disse. "Os senhores podem errar comigo, com os outros já erraram".

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