‘Bolhas’ não se conversam no segundo turno

Entre amigos de redes sociais que pensam da mesma maneira, apoiadores de Bolsonaro e de Haddad fogem de opiniões diferentes das suas

PUBLICIDADE

Por Gilberto Amendola
1 min de leitura

O segundo turno da eleição presidencial evidenciou a existência de duas “bolhas”, dois grupos que não se tocam, que não conseguem se ouvir nem dialogar entre si. De um lado, eleitores e simpatizantes de Jair Bolsonaro (PSL); do outro, eleitores e simpatizantes de Fernando Haddad (PT). Fechados no conforto de suas redes sociais, em grupos de WhatsApp que só reverberam informações que confirmam suas próprias crenças ou entre amigos que pensam de forma parecida, eleitores de Bolsonaro e Haddad parecem falar sozinhos ou de frente para os próprios espelhos. 

A reportagem do Estado se encontrou com um grupo de apoiadores de Bolsonaro que diz “não perder tempo com quem não quer conversar e é xiita”, segundo a gerente de RH Priscila Wilbert. 

Jair Bolsonaro (PSL) eFernando Haddad (PT) disputam segundo turno da eleição presidencial Foto: Adriano Machado e Rodolfo Buhrer/Reuters

No encontro com eleitores de Haddad, um sentimento parecido: “Não consigo conversar ou ter relacionamento próximo com ‘bolsominions’, com quem fala que o Brasil vai virar uma Venezuela com o PT”, disse a publicitária Ana Carolina Macedo. Entre essas bolhas, existe ainda um terceiro grupo: pessoas que devem anular ou votar em branco. “Nenhum deles me representa. Em tempos de ódio o não posicionamento é se posicionar”, observou a executiva Diane da Costa. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.