Battisti: livro novo e novo visual

Italiano que conseguiu visto de permanência após polêmica sobre extradição apareceu no Fórum Social; de cabelos tingidos, ele lança 'Ao pé do muro'

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Por Elder Ogliari e PORTO ALEGRE
Atualização:

O ex-ativista italiano Cesare Battisti, pivô de uma crise diplomática entre Brasil e Itália no ano passado, reapareceu ontem, em Porto Alegre, no colóquio de abertura do Fórum Social Temático e encontrou-se brevemente com o governador Tarso Genro (PT) - que, quando ministro da Justiça, defendeu sua permanência no Brasil. Battisti conseguiu visto de permanência no ano passado, após ter a extradição para a Itália negada.Num encontro de apenas 10 segundos, no Palácio Piratini, Battisti agradeceu a Genro pelo seu parecer durante o processo e este lhe desejou boas-vindas. O italiano está no Fórum para lançar, amanhã, seu novo livro de ficção, Ao pé do muro. O governador o definiu como "bom escritor". Reconhecido pelos repórteres, apesar do cabelo pintado de loiro, e com uma vistosa camisa vermelha, Battisti avisou que não iria fazer qualquer comentário político e que não participará das atividades do Fórum Social, que vai até segunda-feira.No final de 2010, com parecer favorável de Tarso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou a extradição de Battisti à Itália, onde o ex-ativista é acusado de ter participado do assassinato de quatro pessoas. Tarso reiterou que sua relação com o caso Battisti não tem ligação com a militância do italiano, que o petista diz desconhecer, mas com a aplicabilidade ou não dos princípios do direito internacional. Ele chamou de "corrupto e mafioso" o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.Battisti mora atualmente no Rio de Janeiro, trabalha em uma livraria e garante que sua nova obra não é autobiográfica e nem trata do que passou na cadeia. O texto fala de prisioneiros, mas é ficcional porque, segundo no autor, "a verdade seria muito pesada".

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