PUBLICIDADE

Base controlará 66% das cidades de maior arrecadação

Por AE
Atualização:

Os partidos da base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva conquistaram ontem, já no primeiro turno, mais da metade das administrações mais ricas do Brasil. Ao todo, os aliados do governo federal assumirão a partir de 2009 a chefia de 55 das 100 cidades com maior arrecadação do País. Esse número ainda vai aumentar para, pelo menos, 66, uma vez que os candidatos dos partidos da base de sustentação de Lula no Congresso disputarão o segundo turno entre si em mais 11 cidades. Para se ter uma idéia da dimensão do que representa o volume de recursos arrecadados pelos 100 municípios mais prósperos, o total de receita alcança algo em torno de R$ 100,3 bilhões anuais. Com tamanha receita, prefeitos dessas cidades têm condições de realizar gestões muito mais eficientes. O PT foi o partido que mais colaborou para esse resultado do governo. Ao todo, elegeu prefeitos no primeiro turno em cerca de 20% das 100 cidades mais ricas, vencendo imediatamente em 21 delas. Do lado da oposição, o resultado foi bem menos expressivo. Os adversários do governo federal venceram as eleições no primeiro turno em 16 municípios. Apesar disso, a corrida pelos melhores orçamentos municipais ainda guarda prêmios valiosos. Entre as dez cidades mais ricas, seis terão decisão apenas no segundo turno. É o caso de São Paulo, que possui uma arrecadação anual de R$ 25,2 bilhões, superior a todas as outras. É também mais do que o dobro em relação ao segundo município mais próspero, o Rio de Janeiro, que recebe anualmente volume de recursos equivalente a R$ 9,6 bilhões. Nessas duas metrópoles, a eleição se decidirá no segundo turno entre grupos politicamente opostos. Em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) enfrentará a petista Marta Suplicy. A oposição conta com essa vitória, justamente na maior e mais rica cidade brasileira, para tentar amenizar um pouco o impacto da hegemonia dos partidos governistas. No Rio de Janeiro, o deputado Fernando Gabeira (PV) não pertence claramente ao bloco de oposição, mas tem sido um crítico costumeiro ao governo do presidente Lula. No caso da disputa carioca, esse não alinhamento deverá se tornar ainda mais agudo, já que ele enfrentará o peemedebista Eduardo Paes no segundo turno. Outra das campeãs em arrecadação que fará sua definição apenas no fim de outubro é Belo Horizonte. Neste caso, porém, a situação é mais neutra. A capital mineira arrecada R$ 3,46 bilhões anuais, mas terá uma disputa entre candidatos que não podem ser definidos como aliados de nenhuma corrente clara. Márcio Lacerda, do PSB, terminou em primeiro lugar ontem com uma vantagem muito apertada sobre Leonardo Quintão, do PMDB. Curiosamente, apesar da vantagem governista na disputa pelas cidades mais ricas, foi a oposição quem pegou a cidade de maior orçamento até agora. Curitiba tem a quarta maior arrecadação entre todos os municípios, com R$ 3,1 bilhões anuais. Pelo segundo mandato consecutivo a gestão desses recursos caberá ao tucano Beto Richa, reeleito nesse domingo com grande vantagem sobre sua principal adversária, a petista Gleisi Hoffman, mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.