
22 de novembro de 2012 | 02h01
Na sessão, os ministros continuaram a definir as penas para os 25 condenados por envolvimento no mensalão. Com a aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa acumulou o comando das sessões com a relatoria do processo. Na dupla função, não se envolveu em discussões com o revisor, Ricardo Lewandowski, que continuou a votar de forma distinta.
O ministro Marco Aurélio Mello, que afirmou publicamente recear que o clima no tribunal piorasse, fez na sessão uma brincadeira com aquele com quem havia discutido asperamente durante uma das sessões. "A cadeira está fazendo bem à Vossa Excelência", afirmou, acrescentando que Barbosa não havia permanecido em pé para presidir a sessão. Na verdade, Barbosa levantou-se por várias vezes em razão de dores que sente nas costas.
Marco Aurélio também elogiou a pontualidade de Barbosa. Nas sessões marcadas para as 14h, apenas Marco Aurélio costumava chegar no horário. Ontem, Barbosa chegou antes de Marco Aurélio. Mas a sessão começou atrasada, às 14h24. Novo no comando das sessões - ele mesmo admitiu "a falta de hábito" -, Barbosa cometeu um erro na proclamação de um resultado, equívoco depois corrigido.
O plenário se dividiu no cálculo da pena a Enivaldo Quadrado, condenado pelo crime de lavagem de dinheiro por ter contribuído para dissimular a origem e o repasse de recursos do mensalão para parlamentares do PP. Quatro ministros votaram por uma pena de 6 anos e 9 meses e outros quatro pela pena de 3 anos e 6 meses. Barbosa proclamou a pena mais alta como vencedora, mas no retorno do intervalo da sessão, fez a correção.
Hoje, Barbosa será empossado presidente do Supremo para mandato de dois anos. E já antecipou que fará uma gestão sem turbulências, nas suas palavras, "by the books" (conforme as regras). Seu vice será Lewandowski, que disse que atuará discretamente.
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