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Bancada do PP denuncia 'tráfico de influência' de colega

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Por Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

A bancada gaúcha do PP na Câmara denunciou ontem um de seus representantes, o deputado federal Jerônimo Goergen (RS), por crime de tráfico de influência no processo de liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em ofício encaminhado à direção do PP, quatro parlamentares afirmam que Goergen foi "leviano" ao antecipar o anúncio de liberação de R$ 3,5 bilhões do Ministério das Cidades para 26 municípios gaúchos. Mais ainda, ele se apresentou, em informações à imprensa, como responsável pela obtenção dessa ajuda. A verba ainda está em análise pela equipe do ministro Aguinaldo Ribeiro, do mesmo partido. Pelo Twitter, Goergen escreve "Acertamos isto com o ministro das Cidades". Ele divulga uma lista de mais de 25 cidades, entre elas Caxias, Santa Maria, São Borja, Pelotas, habilitadas a receber valores entre R$ 4 milhões e R$ 200 milhões. O ofício dos quatro deputados - Vilson Covatti, Afonso Hamm, Luiz Carlos Heinze e José Germano - é dirigido ao presidente do PP, Francisco Dornelles (RJ), e a Ciro Nogueira (PI), da comissão ética. "É imperioso reconhecer", diz o texto, que a conduta de Goergen "se caracteriza como tráfico de influência, já que consiste na prática ilegal de se aproveitar de informações privilegiadas para obter benefícios pessoais". A iniciativa de Goergen é considerada "leviana" porque a divulgação de seu gesto "pode causar transtornos" ao governo federal, ao Ministério das Cidades, aos municípios e ao PP.Goergen atribui o problema a "uma briga paroquial" do deputado Covatti contra ele. "Ele enlouqueceu só porque eu divulguei a informação que recebi do ministério", completa. Procurado na tarde de ontem, o Ministério das Cidades não se pronunciou.

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