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Bahia decide entre a volta do carlismo e a permanência do PT

Após Paulo Souto liderar boa parte da campanha, petista Rui Costa reagiu e conseguiu empatar com candidato do DEM

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Por Redação
Atualização:

O eleitor baiano terá de optar entre dar mais um passo no processo de ressurgimento do “carlismo” na política local, uma sobrevida ao Democratas, ou ajudar o partido de Luiz Inácio Lula da Silva a manter-se mais quatro anos no comando do quarto maior colégio eleitoral do País. Após Paulo Souto (DEM) liderar com folga durante quase toda a campanha do 1º turno, o petista Rui Costa, candidato do governador Jaques Wagner (PT), reagiu na reta final e chegou à véspera da votação em empate numérico com o adversário.

Na Bahia, Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT) estão empatados nas pesquisas de intenção de voto Foto: Divulgação

A vitória de Souto nas urnas daria sequência ao sucesso que ACM Neto (DEM) obteve nas urnas na eleição municipal de 2012, ao se eleger prefeito de Salvador, também contra o PT. O DEM, sob constante ameaça de extinção, respira por mais tempo justamente no berço de um dos ícones do antigo PFL: Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), o ACM, que dominou no Estado por ao menos quatro décadas e batizou o movimento que decorre do seu nome. Souto não se define como “carlista puro-sangue’’, mas afirma que sempre foi leal a ACM. Em 2006, quando perdeu o governo da Bahia para Jaques Wagner e não conseguiu eleger Rodolpho Tourinho ao Senado, ele subiu à tribuna do Congresso Nacional para prometer a “volta triunfal’’ do “carlismo” na Bahia. Naquela eleição, Lula e seus programas de distribuição de renda - de grande alcance na região Nordeste - foram determinantes para o revés do grupo. Não à toa, Rui Costa se apega à imagem de Lula para tentar derrotar Souto. De volta. “Souto governava a Bahia quando o carlismo perdeu. Rui Costa conseguiu se aproximar dele nas pesquisas justamente por martelar a ideia de que é o retrocesso”, afirma o cientista político da Universidade Federal da Bahia Paulo Fábio Dantas Neto. Souto, 70 anos, foi governador duas vezes, senador, secretário de Estado e comandou órgãos públicos. ACM Neto afirma que para conseguir retomar a expectativa de poder no Estado foi preciso refazer as alianças, principalmente com o PMDB de Geddel Vieira Lima, candidato da coligação ao Senado. Já o PT conta com o que chama de “voto silencioso’’ da população rural para manter o controle da administração estadual.

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