'Até prefeitos do PT' vão votar pela reforma do Estado, pois precisam de dinheiro, diz Guedes

Economista de Bolsonaro defendeu as privatizações e o desenvolvimento de um governo "liberal-democrata" pela primeira vez em 30 anos

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Por Constança Rezende e Renata Batista
Atualização:

RIO - O economista Paulo Guedes, da equipe do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições 2018, disse nesta terça-feira, 9, que a reforma do Estado será o eixo de governabilidade do próximo governo. Segundo ele, em vez do "toma lá, dá cá", deve haver uma mudança nos eixos de governabilidade com descentralização do orçamento e "até prefeitos do PT" vão votar pela reforma do Estado, porque precisam de dinheiro para governar.

Paulo Guedes é economista e coordenador do programa econômico deJair Bolsonaro Foto: Sergio Castro/Estadão

"Reforma do Eestado é movimento natural e secular que está atrasado. Temos que acelerar as privatizações para dar continuidade à reforma do Estado", disse, após acompanhar Bolsonaro na gravação do programa eleitoral que começa a ser veiculado na sexta-feira, 12. Guedes não quis dizer se participou da gravação e minimizou a importância da economia na disputa eleitoral. Para ele, apesar da mídia tentar dar protagonismo aos economistas, o que está acontecendo é que a política está ditando o jogo. "A eleição está sendo decidida em termos de princípios e valores", disse. "Todos os economistas estão dizendo que é preciso fazer a reforma da Previdência, todos dizem que é preciso atacar o déficit público, que precisa de privatizações, uns mais, outros menos. Não está aí a questão", declarou. Sobre a equipe econômica em um eventual governo de Bolsonaro, Guedes reafirmou a preponderância da política sobre a economia e não quis falar em nomes, dizendo que "conversa com pessoas". "De economista, está cheio. A gente está sentindo falta de lideranças políticas", respondeu. Com um discurso alinhado ao do candidato, o economista disse que o descontrole de gastos estagnou a economia e corrompeu a política. Mesmo defendendo um governo "liberal-democrata", em oposição aos "30 anos de governos social-democratas", abriu espaço no discurso para colocações de cunho social. "Queremos um estado eficiente e fraterno", disse, frisando que o "sistema previdenciário transfere renda ao contrário". "Tivemos 30 anos de governos social-democratas e agora, aparentemente, pode haver uma aliança de centro-direita em torno de um programa liberal-democrata. Os programas social-democratas têm sempre alguns méritos, colocaram as classes menos favorecidas nos orçamentos, mas aumentaram muito os gastos públicos", completou. 

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