
20 de novembro de 2013 | 02h21
O Tratado de Extradição Brasil-Itália diz, porém, que nenhum dos dois países será obrigado a entregar ao outro seus cidadãos, e o ex-dirigente tem dupla nacionalidade, brasileira e italiana. Isso, em tese, inviabiliza que Pizzolato seja extraditado.
Mesmo que o governo brasileiro decida pedir a extradição de Pizzolato, o trâmite pode se arrastar por meses. Primeiro, o processo do mensalão, com mais de 50 mil páginas, teria de ser traduzido para o italiano. O Supremo Tribunal Federal (STF) teria de encaminhar o material ao Itamaraty que, por sua vez, o enviaria para a embaixada do Brasil em Roma.
Na capital italiana, o pedido então seria enviado à chancelaria local que, por sua vez, repassaria para o Ministério da Justiça. Só quando isso ocorresse o mérito da questão começaria a ser avaliado pela Justiça italiana.
A disposição de conservar em sigilo o paradeiro de Pizzolato na Itália é desdobramento da estratégia que o ex-diretor do BB e algumas pessoas que lhe são próximas começaram a traçar há meses para enfrentar a condenação. A fuga de Pizzolato, há cerca de 50 dias, teve 20 horas de carro até Paraguai e traslado para Argentina, onde embarcou para o continente europeu.
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