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Após dez mandatos, decano se aposenta e tenta eleger o filho

Antonio Salim Curiati (PP), de 90 anos, ajudará na campanha do filho Antonio Carlos Curiati, do mesmo partido

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Por Fabio Leite
Atualização:

O decano da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu se aposentar. Após dez mandatos como deputado estadual, o médico Antonio Salim Curiati (PP), de 90 anos, resolveu descansar e abrir espaço para a “renovação” política na Casa. Isso não significa, porém, que o nome Curiati não aparecerá mais no painel de votação depois de 40 anos. Em outubro, ele tentará eleger como “sucessor” um de seus cinco filhos, o empresário Antonio Carlos Curiati (PP). “Ele é aplicado, carinhoso, sabe fazer política e passar a mensagem certa. Vai ter resultado favorável”, disse. 

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Colegas do parlamentar na Assembleia disseram que o deputado sempre foi um dos mais assíduos na Casa, marcada por sessões quase sempre esvaziadas. A idade avançada, contudo, dificultou a atuação parlamentar do político, que virou uma figura folclórica do Parlamento, desejando saúde a todos com quem cruza pelos corredores e distribuindo objetos religiosos. Curiati é um dos dez deputados que não vai tentar a reeleição na Assembleia em 2018

https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,em-sao-paulo-90-dos-deputados-vao-participar-das-eleicoes-2018,70002444638

Quando Curiati assumiu seu primeiro mandato na Alesp, em 1967, a sede da Assembleia ainda ficava no Palácio das Indústrias, que hoje abriga o Museu Catavento, no centro da capital paulista – desde 1968 o Parlamento fica no Ibirapuera, na zona sul paulistana. Faz tanto tempo que Curiati nem se recorda mais quem era o governador à época – Abreu Sodré, da Arena, partido de sustentação do regime militar (1964-1985). “Não era o(Geraldo) Alckmin”, brincou o deputado, que nasceu em Avaré, no interior do Estado, mas fez carreira na capital sendo um dos mais fiéis aliados do deputado federal afastado Paulo Maluf (PP).

O deputado estadual Antonio Salim Curiati em sessão na Alesp. Foto: Mauricio Garcia de Souza/Alesp

Curiati foi secretário de Promoção Social do governo Maluf (1979-1982) e depois indicado por ele para ocupar o mandato-tampão de prefeito da capital entre 1982 e 1983. Em 1991, voltou para a Alesp. Malufista assumido, sempre foi grato ao cacique. Em 2005, foi à carceragem da Polícia Federal em São Paulo levar quibes e quindins para Maluf, que estava preso.

Curiati integrou mais da metade das 18 legislaturas desde a reabertura da Alesp, em 1947, após a ditadura de Getúlio Vargas no Estado Novo (1930-1946). Em 40 anos, apresentou 483 projetos de lei. O primeiro, em março de 1967, para criar a Faculdade de Engenharia de Avaré, cidade onde nasceu. A proposta, porém, não avançou e foi arquivada em 2017.

O último, em dezembro de 2017, para classificar 20 municípios como de interesse turístico – este virou lei em maio deste ano. “Procurei fazer o melhor para população. Agora tenho de ter tranquilidade e dar oportunidade para os outros.”

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