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Após derrotas, PSB fará ‘oposição de esquerda’

Presidente do partido que era aliado de Dilma até 2013, Siqueira diz que sigla permanecerá fora de base, mas com agenda social

Por Erich Decat e Nivaldo Souza
Atualização:

BRASÍLIA - Derrotado na corrida presidencial por duas vezes - no 1.º turno com a candidatura de Marina Silva e, no 2.º, apoiando o tucano Aécio Neves -, o PSB promete fazer oposição ao governo reeleito da petista Dilma Rousseff. O presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, afirmou em entrevista ao Estado que a derrota determinou o posicionamento. “Fomos colocados na oposição porque o candidato que apoiamos (Aécio Neves) perdeu a eleição. Político não escolhe ser oposição, político é colocado na oposição”, disse.

“Os eleitores nos colocaram na oposição e assim vamos nos manter como uma oposição de esquerda do diálogo”, ressaltou o presidente da sigla.

Carlos Siqueira é o presidente do PSB. Foto: Ed Ferreira/Estadão

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Siqueira não descartou apoiar o governo em projetos que estejam alinhados com esse ideário mais à esquerda. Mas rejeitou, “no momento”, tanto voltar para a base governista como adotar a neutralidade em troca de ministério no segundo mandato de Dilma. 

A sigla do ex-presidenciável Eduardo Campos, morto em acidente aéreo neste ano, integrou a base aliada petista até pouco antes da disputa pelo Palácio do Planalto. Mas rompeu para lançar Campos como substituto de Dilma. Marina assumiu o lugar do ex-governador de Pernambuco na disputa e ajudou o partido a eleger a sexta maior bancada da Câmara, com 34 deputados. 

O fortalecimento, contudo, não deve ser encorpado com a fusão a outras legendas. “O PSB foi convidado para conversar especialmente com PPS e outros partidos (sobre fusão), mas isso não prosperou”, disse. 

“No longo prazo nunca podemos dizer (que não haverá fusão), porque a dinâmica da política pode levar a isso num futuro. Mas, no momento, esse assunto está arquivado.” 

Bloco. O dirigente não descartou, porém, a possibilidade de formar um bloco na Câmara ao lado de PPS, PV e Solidariedade. Juntos, os quatro partidos contariam com 67 deputados e formariam a segunda maior bancada - atrás apenas do PT, que elegeu 70 parlamentares. 

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Da formação desse grupo, segundo Siqueira, poderia sair um nome para disputar a presidência da Casa para a legislatura que começa em fevereiro de 2015. “Nós ainda não temos uma definição, mas isso também pode acontecer. Assim como lançamos candidato contra o Renan Calheiros no Senado e o Henrique Eduardo Alves na Câmara (em 2012). Esse bloco, se for criado, poderá tomar iniciativas similares.” 

Excluídos. Embora em busca de uma bancada mais numerosa no Congresso, o presidente do PSB considerou que partidos de oposição, como o PSDB e DEM, não deverão fazer parte do grupo. “O nosso partido, ao fazer uma coligação eventual com o PSDB (no 2.º turno), não alienou o seu ideal. Nosso tipo de oposição será bem diferente da feita por partidos como PSDB e DEM”, comparou. “Vamos primar pelas questões sociais e pelos projetos de natureza mais à esquerda”, indicou. 

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