RECIFE - Já quase sem conseguir falar, Elzita Santa Cruz, de 101 anos, não abriu mão de ir à urna neste domingo, 26, e votar em seu candidato a presidente da República – o voto no Brasil é obrigatório entre os 18 e os 70 anos de idade. Vestida de vermelho, foi levada pelos filhos ao Colégio Imaculado Coração de Maria, no município metropolitano de Olinda, onde mora. “Dilma!”, disse ela, baixinho.
Para facilitar sua entrada na seção de votação, usou uma cadeira de rodas, colocada à sua disposição pela escola.
Símbolo da luta pela resistência à ditadura militar, Elzita é incansável na busca por notícias do paradeiro de seu filho Fernando Augusto Santa Cruz, desaparecido em 1974, aos 26 anos, durante um encontro com militantes da Ação Popular Marxista-Leninista. Até hoje não se sabe o que aconteceu com Fernando.
De acordo com um de seus oito filhos vivos – ela teve dez –, o vereador Marcelo Santa Cruz, Elzita sempre valorizou o voto e o primeiro político a receber seu apoio foi Luiz Carlos Prestes, em 1945, no Rio.