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Entidades jornalísticas condenam hostilidade à equipe da GloboNews em entrevista de Haddad

Diretor-executivo Ricardo Pedreira diz que episódio é lamentável e 'incentiva a intolerância aos que levam informação'

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Por Redação
Atualização:

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenaram a hostilidade sofrida pela equipe da Globo News nesse domingo 2, durante entrada ao vivo no Comitê Municipal do PT em São Paulo. Após participação da repórter Andreia Sadi em telejornal da emissora, militantes petistas começaram a gritar “golpista” e “fora daqui”.

A jornalista Andreia Sadi, da GloboNews Foto: Reprodução|Twitter

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O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais, Ricardo Pedreira, lamentou o episódio. "Mais uma vez vemos manifestações de intolerância com o trabalho dos jornalistas nessas eleições", diz. "É uma pena que alguns militantes pensem que podem impedir ou limitar o trabalho desses profissionais."

Ele afirma que atitudes como essa são autoritárias e incentivam a intolerância de pensamento. "Mas isso não vai intimidar os jornalistas. Espero que as pessoas aprendam a ser mais democráticas, seja qual for a posição partidária, e respeitem quem trabalha para levar mais informação."

Em nota, a Abraji considerou que fatos como o desse domingo "são pontuais e indicam um processo de radicalização contra a imprensa." A entidade diz ainda que "impedir o trabalho de repórteres ameaça a imprensa livre, agride o direito a informação e coloca a democracia em risco."

Após o ocorrido, a emissora anunciou que optou por se retirar do local para manter a segurança da equipe, que saiu escoltada. Como consequência, interrompeu a cobertura no local e não acompanhou a coletiva do prefeito da capital Fernando Haddad, que perdeu a corrida pela reeleição para o tucano João Doria.

Veja a íntegra da nota da ANJ

A Associação Nacional de Jornais lamenta e condena as hostilidades registradas contra a repórter Andrea Sadi e a equipe da GloboNews que acompanhava a apuração dos votos no diretório municipal do PT em São Paulo. Repudia, igualmente, as demais ações com o objetivo de tolher o livre exercício do jornalismo em outras cidades, registradas neste domingo (02/10).

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Tais atos de intolerância, típicos de pessoas e organizações autoritárias, revelam um despreparo para o convívio democrático e uma incompreensão sobre o papel da imprensa nas sociedades democráticas, pois mais que prejudicar o trabalho dos jornalistas atingem o direito da sociedade de ser informada de forma livre e plural.

Brasília, 03 de outubro de 2016

Francisco Mesquita Neto

Vice-Presidente da ANJ

Responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão

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