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ANÁLISE: Revezamento entre embate e eleitores cria ritmo dinâmico

Por Cristina Padiglione
Atualização:

A Globo fez um mix entre o formato do debate de 1.º turno (com púlpito que colocava os adversários frente a frente) e o auditório de eleitores indecisos escolhidos pelo Ibope, formato já adotado em outras eleições. O revezamento propôs mais dinamismo ao programa. Mas o que quebrou o tom monocórdico de um discurso a essa altura tão repetitivo foi o mau comportamento da plateia de aliados de cada candidato. O grupo distribuiu vaias e aplausos, a despeito dos esforços do mediador, William Bonner, em coibir os anseios da torcida. O jornalista protagonizou cenas dignas de professor desrespeitado por alunos adolescentes em classe. Chegou a avisar aos candidatos, desobedientes ao cronômetro, que os microfones seriam fechados. E se atrapalhou ao encerrar um bloco antes da hora. Melhor. Mediador que erra sempre favorece a humanidade de formatos tão engessados pelo marketing. Por falar em marketing, Dilma iniciou cinco das oito respostas a eleitores com a frase “Muito boa, a sua pergunta” - um clássico dos ensinamentos do media training. Longe do lugar-comum foram os eleitores que o Ibope selecionou para fazer perguntas. Dos oito sorteados, um era modelo e outra, “caça-talentos”, ocupações pouco representativas para o repertório trabalhista brasileiro.

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