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Análise: O muro da rejeição ao petismo

Nova pesquisa Ibope evidencia a ausência de entusiasmo com a candidatura de Fernando Haddad

Por Vítor Oliveira
Atualização:

Em que pese o noticiário negativo recente associado à candidatura de Jair Bolsonaro, o deputado federal pelo PSL continua favorito à vitória, colocando uma grande dúvida sobre o futuro e a capacidade de mobilização do PT.

O Ibope evidencia a ausência de entusiasmo com a candidatura de Fernando Haddad, cujo crescimento no cálculo dos votos válidos diz mais respeito a uma aparente migração de votos do líder para nulos e brancos que à uma virada na opinião de eleitores indecisos.

Fernando Haddad (PT), candidato à Presidência pelo PT Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE

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Tão cristalina quanto a enorme rejeição ao bolsonarismo, por causa de seu discurso virulento e ofensivo às instituições, é a incapacidade petista de dialogar com a maioria do eleitorado, bem como de mobilizar a elite política centrista e de esquerda em defesa de sua candidatura. A rejeição ao petismo não é sensível a argumentos.

Fala-se muito da necessidade de reconhecimento de erros do PT, cuja ausência reforça a narrativa de que o partido se tornou uma força descomprometida com a democracia. No entanto, pouco se fala do quanto o petismo paga pela relação predatória desenvolvida com outras forças de esquerda, especialmente as que não se submeteram à sua liderança nas últimas décadas. Neste 2.º turno, o PT pede aos outros que façam algo de que nunca foi capaz. Nem todos têm essa grandeza – Marina Silva teve.

* CIENTISTA POLÍTICO E DIRETOR DA CONSULTORIA PULSO PÚBLICO