Os programas de educação dos principais candidatos ao governo do Estado são como listas de desejos. E desejos unânimes, em São Paulo ou em qualquer parte do planeta. Afinal, quem se oporia a uma “educação de qualidade”, à “valorização da carreira do professor” ou ainda a “manter bem as escolas, com infraestrutura física e tecnológica adequadas”? Essas são apenas algumas das (ditas) propostas para área.
Falta o “como”. Como garantir que 40% as crianças paulistas não cheguem aos 8 anos sem saber ler? Como atrair os melhores alunos para a profissão de professor quando o salário é de R$ 2.500 e ainda é preciso lidar com adolescentes desinteressados por uma escola, de fato, desinteressante? Como arrumar dinheiro, em plena crise econômica, para equipar salas de aula?
Muitas das prioridades para a educação, depois de anos de pesquisa, já estão estabelecidas. A função de quem pretende transformar a realidade de meninos e meninas não é apenas repeti-las. É encontrar – ou ao menos supor – o caminho para a mudança.
A impressão que dá é que nenhum dos programas foi escrito com a ajuda de especialistas da área. Não se discutiu propostas, não se analisou experiências bem sucedidas. A educação, como sempre, não parece ser prioridade.