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Alvaro Dias fala em zerar déficit público em 1º ano de governo com corte de 10% do orçamento

De acordo com o senador paranaense, sua ideia foi inspirada pela chanceler alemã Angela Merkel

Por Mateus Fagundes
Atualização:

O pré-candidato do Podemos à Presidência nas eleições 2018, senador Alvaro Dias (PR), prometeu que se for eleito vai zerar o déficit público no primeiro ano de governo por meio do corte de 10% de todas as rubricas do orçamento.

De acordo com o pré-candidato, os investimentos públicos estarão isentos do corte das despesas. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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De acordo com o senador, o projeto seria enviado ao Congresso, que determinaria se o corte de alguma área específica seria menor.

"Vamos usar a fórmula da Angela Merkel (chanceler da Alemanha). Vamos criar um limitador emergencial de despesas para zerar o déficit público no primeiro ano de governo, no mais tardar no começo do segundo", afirmou Dias em palestra no escritório de advocacia Nelson Wilians e Associados, em São Paulo.

De acordo com o senador paranaense, os investimentos públicos estarão isentos do corte das despesas.

O pré-candidato é crítico da PEC 95, que estabeleceu que a taxa de crescimento das despesas será limitada à inflação do ano anterior medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "O atual governo não consegue nem cumprir a regra de ouro", disse.

Dias prometeu ainda que vai propor a diminuição de tributos e levantou a hipótese de fazer um referendo sobre as reformas que ele pode vir a fazer nas eleições municipais de 2020.

Negociação sobre vice segue em aberto e Reale é uma opção

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O pré-candidato do Podemos também afirmou que ainda está em negociações sobre a vaga de vice na chapa dele nas eleições 2018. O jurista Miguel Reale Jr., coautor dos pedidos de impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff, é um dos nomes cogitados.

"Ainda estamos negociando com alguns partidos", afirmou Dias. O Podemos negocia nos bastidores a composição de uma chapa com partidos nanicos, em troca da indicação da vaga de vice. Do grupo faz parte PSC, Avante, DC, PTC, PRTB, Patriota e PRP. Das siglas, há duas candidaturas já referendadas em convenção – Paulo Rabello de Castro (PSC) e José Maria Eymael (DC).

"Temo em falar nomes e os grandes partidos avançarem sobre eles", esquivou-se o senador paranaense. De acordo com Dias, a opção da escolha por Reale ainda está na mesa. O jurista se filiou ao Podemos, após duas décadas de militância no PSDB.

"A conversa com Reale vem desde a filiação dele. Se não houvesse a possibilidade de composição, Reale certamente seria indicado", disse.

Aliança do PSDB com Centrão é "reedição de tragédia"

Ex-membro do PSDB e até bem pouco tempo aventado como candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin, Alvaro criticou a formação da aliança do ex-governador paulista.

"É a reedição de uma tragédia", afirmou. "É a fotografia do sistema atual que queremos mudar. Estes partidos (do centrão) não estão interessados na refundação da República, que é o nosso princípio." Dias usou os mesmos termos que outro ex-tucano, o vereador paulistano Mario Covas Neto, que se filiou ao Podemos para concorrer ao Senado.

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O senador paranaense foi procurado por tucanos ao longo do primeiro semestre para que desistisse da candidatura para concorrer como vice-presidente de Alckmin. A ideia era consolidar o apoio da região sul do País à chapa do PSDB. A última sondagem foi feita após o empresário Josué Gomes da Silva (PR) recusar a vaga de vice, mesmo depois de o centrão fechar o apoio a Alckmin. Mas Dias negou reiteradas vezes a intenção de largar mão da disputa. O senador deixou o PSDB em 2016. Antes, fez parte da sigla entre 1994 e 2001.

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