Alckmin minimiza apoio do DEM no 2º turno

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Por CAROLINA FREITAS
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Em meio ao embate entre os ex-aliados PSDB e DEM, o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, minimizou hoje a importância do apoio do DEM para enfrentar a petista Marta Suplicy, caso vá para o segundo turno dessas eleições. "O eleitor é livre. Não há comando de voto no 2º turno", afirmou, depois de participar das comemorações do Ano Novo Judaico, na Hebraica, região central da capital. Questionado sobre a importância de estar junto ao DEM, limitou-se a dizer que "todos os partidos e eleitores são importantes". Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab, candidato à reeleição pelo DEM, travam uma disputa acirrada por uma vaga no 2º turno contra Marta - "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) -, líder nas pesquisas de intenção de voto. Nos bastidores, a cúpula dos dois partidos já costura uma aliança, considerando Kassab como o provável adversário da petista. Alckmin, no entanto, negou as negociações. "Não tenho nenhuma informação a esse respeito." O tucano sequer cogita a possibilidade de Kassab - "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) - ir para o 2º turno em seu lugar. Indagado se apoiaria o atual prefeito nessa situação, tergiversou: "Nós vamos receber, se Deus quiser, o apoio de todos." E voltou a apostar na tradição anti-PT de seu partido. "Já vencemos o PT em São Paulo em 2002 (Alckmin para governador), em 2004 (José Serra para prefeito) e em 2006 (Alckmin para presidente)." Alckmin desmentiu os boatos de que poderia deixar o PSDB caso saísse derrotado dessas eleições. "Não tem a menor procedência. Nenhuma, nenhuma", frisou. "Sou fundador do partido." As especulações surgiram à medida que se acirrou a disputa entre ele e Kassab - provocando um racha no PSDB. Parte dos tucanos preferiu apoiar Kassab, por entender que a gestão dele preservava o projeto tucano na capital, iniciado por Serra. Ano Novo O candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) participou no final da manhã das comemorações do Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, na Hebraica. Meia hora antes esteve no mesmo local o adversário Gilberto Kassab. De kipá sobre a cabeça, Alckmin visitou três sinagogas. Ele sentou-se à frente do público e ouviu as orações, sem fazer discurso. Ao entrar e sair das sinagogas, cumprimentou fiéis desejando-lhes "Shana Tová", que significa "Bom Ano" em hebraico. Católico, Alckmin aproveitou a oportunidade para homenagear os eleitores judeus. "Somos todos filhos de Abrahão", explicou.

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