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Alckmin inicia confronto com Kassab na propaganda de TV

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Por CARMEN MUNARI
Atualização:

O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, mudou o tom da propaganda de TV nesta segunda-feira e partiu para a confronto contra o prefeito-candidato Gilberto Kassab (DEM), que comanda uma administração compartilhada com os tucanos. Para o coordenador-geral da campanha, deputado Edson Aparecido, a mudança não é uma reação às pesquisas, que mostram queda de Alckmin e ascensão de Kassab. Trata-se, diz ele, de comparar a gestão Kassab com as propostas de Alckmin, uma vez que até agora a propaganda de mídia passou mais tempo apresentando as obras de Alckmin na cidade. "Não é a pesquisa. Agora está na hora de o eleitor juntar a família e decidir em quem votar. É hora de reflexão", disse o coordenador à Reuters. Ele afirma que Kassab vem inflando números, assumindo obras que ele "só colocou a placa", como hospitais nos bairros de M'Boi Mirim e Cidade Tiradentes. "Eles estão dizendo que tanto faz (Kassab ou Alckmin) e não é assim. Eles têm a máquina (de governo)", afirmou. Na propaganda de TV desta tarde, já sob o comando do novo marqueteiro, Alckmin afirmou que sua eleição vai significar a retomada do programa do PSDB "que foi interrompido nos últimos dois anos", em uma alusão ao início da administração de Kassab. Segundo Alckmin, Kassab "nem de longe deu continuidade" ao programa tucano. Eleito em 2004 para a prefeitura paulistana, o tucano José Serra deixou o posto em 2006 para seu vice, Gilberto Kassab, quando disputou e venceu o governo do Estado. "Enquanto a propaganda dele fala uma coisa, os números mostram outra realidade", afirmou o ex-governador. "Tem 158 mil crianças, isso mesmo, 158 mil crianças, fora das creches. E isso é imperdoável", disse na TV. Na terça-feira passada, o coordenador de comunicação Lucas Pacheco deixou a campanha de Alckmin e foi substituído pelo publicitário Raul Cruz Lima, que desde o final da semana passada e início desta implantou uma reviravolta na propaganda do tucano, até agora morna e sem críticas diretas à gestão do prefeito. Para analista, Alckmin partiu para o tudo ou nada e, ao contrário do que pretende, pode ser punido pelo eleitor que não vai entender as críticas à prefeitura realizadas 20 dias antes da eleição. "Ele perdeu a eleição no sentido figurado e literal. Jogou fora a campanha. O eleitorado que ele poderia reter vai ser perdido porque agora entrou na linha de bater no adversário, mas no pior momento, quando o Kassab melhora na pesquisa", disse o cientista político Marcus Figueiredo, professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). "Por que não criticou antes?", perguntará o eleitor, segundo o professor. Alckmin perdeu 11 pontos desde o início de julho e está com 20 por cento de intenção de voto pelo Datafolha. Em sentido inverso, Kassab tinha 13 e chegou a 21 por cento. Com a margem de erro, os dois estão em empate técnico. Marta, com 37 por cento, está na liderança. Para um integrante do comando da campanha de Kassab, a mudança de estilo não terá resposta na campanha de mídia do prefeito.

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