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Alckmin diz que governo Temer é problema porque não tem voto e afirma que PT só prioriza Lula

Em sabatina, candidato do PSDB disse que seu partido não tem nada a ver com o governo atual e fez críticas ao PT

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, se preocupou em se desvincular do governo de Michel Temer (MDB), em entrevista ao jornal O Globo, na manhã desta quinta-feira, 13. Ele disse ter sido contra o partido ingressar no governo, a que se referiu como "um grande problema porque não tem voto". "O PSDB não tem nada a ver com esse governo, totalmente distanciado do povo. Partido moderno dialoga com o povo, presta conta", afirmou, acrescentando que o "PT que escolheu o Temer". 

Alckmin disse ainda que há "vários tons do PT" entre os seus adversários, numa referência à expressão utilizada por Guilherme Boulos (PSOL), que costuma dizer nos debates que "há vários tons de Temer" entre os candidatos. "Você tem vários tons do PT e dos adoradores de Lula, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Boulos e até Henrique Meirelles (MDB) como presidente do Banco Central, no governo PT", disse o ex-governador de São Paulo. O candidato afirmou também que "a prioridade do PT não é o partido, é o Lula".

O presidenciável Geraldo Alckmin Foto: Andre Penner/AP Photo

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O candidato disse também que as eleições 2018 são "atípicas" e que "ninguém está garantido no segundo turno". "Não sou melhor do que ninguém, as propostas não são iguais. Mas também eu tenho um diferencial, nós fizemos", afirmou. 

Ao ser questionado se não achava que nem Jair Bolsonaro (PSL) já estaria garantido no segundo turno, ele disse ser contra candidatos populistas, seja de esquerda ou direita. "Isso de aventureiros tem consequências lá na frente. Não leva a lugar nenhum", afirmou. 

Alckmin ainda reiterou que muita gente que está votando no candidato do PSL não sabe que está elegendo o PT. "Muita gente está votando no Bolsonaro e dando passaporte para a volta do PT, e o que eu puder fazer para evitar isso vou fazer. Acho que vai ter voto útil, à medida que vai avançando a campanha", disse. 

Questionado sobre ativismo político de militares, tendo como exemplos a prisão de um comandante do Exército após criticar a reforma previdenciária no Uruguai e a declaração do general Eduardo Villas Bôas ao Estadão de que a "legitimidade de novo governo pode até ser questionada", Alckmin defendeu o comandante do Exército brasileiro.

"O Villas Bôas é um democrata", afirmou o presidenciável tucano em sabatina de O Globo, nesta quinta, 13. No debate "Estadão/Gazeta/Jovem Pan/Twitter", no domingo, 9, no entanto, Alckmin rebateu a fala de Villas Bôas. "Quem for eleito vai ter grande legitimidade", disse o tucano.

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Prisão de aliados

Alckmin comentou a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e da operação que teve como alvo o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), acusados de corrupção. Alckmin se disse surpreso com os acontecimentos e afirmou que "as pessoas citadas devem se explicar". 

"Toda a sociedade brasileira quer que se punam os culpados e absolvam os inocentes. Não passamos a mão na cabeça de ninguém", disse. O candidato afirmou também que foi o único do partido que votou contra a reeleição de Aécio Neves (PSDB) na sigla e que, na época, "não tinha denúncia nenhuma contra ele". "Foi prorrogado contra a minha posição (a direção do partido), assim como fui contra ingressar no governo Temer", declarou.

O ex-governador de São Paulo disse também que nunca teve liderança no partido e que se dedicou oito anos ao governo do Estado.