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Alckmin apoia Aécio no comando do PSDB

Governador atendeu a apelos da sigla e de FHC; senador vinculou candidatura a gesto do paulista

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Por Redação
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O governador Geraldo Alckmin acatou pedido da direção do PSDB, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e endossou ontem a candidatura do senador Aécio Neves (MG) a presidente nacional do partido. A direção da legenda é o primeiro passo para o mineiro se tornar o candidato tucano à Presidência da República em 2014. Pela manhã, antes de participar do seminário do PSDB-SP, Aécio cobrou explicitamente o apoio do governador. "Não sou candidato à Presidência da República a qualquer custo. O PSDB terá um candidato e esse candidato, para ter sucesso, terá de ter o apoio do governador Alckmin", disse em evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso."A mensagem de todo o partido, da militância, de todas as nossas lideranças é: Aécio Neves assuma a presidência do PSDB. Percorra este Brasil continente, vá do Oiapoque ao Chuí ouvir o povo brasileiro", afirmou Alckmin no evento partidário, no qual Aécio estreou como presidenciável para tucanos paulistas. A declaração do governador representa uma vitória para Aécio e uma mudança de posição. Até então, Alckmin dizia que a presidência do PSDB poderia ser ruim para o senador, pois acarretaria trabalho burocrático no momento em que ele deveria percorrer o País. Ontem, questionado pelo Estado se o apoio à candidatura de Aécio como presidente do PSDB significava o seu aval para que ele se tornasse o presidenciável tucano, Alckmin disse que não. "Candidatura à Presidência (da República) é só no final do ano. Agora ele deve percorrer o País." Alckmin busca manter certa neutralidade na disputa interna entre Aécio e o ex-governador José Serra, que ameaça deixar o partido. O governador teme que a saída de Serra possa impactar sua reeleição em 2014 e defendeu nos bastidores espaço para o tucano. Ele chegou a articular o cancelamento do evento de ontem, mas foi convencido pela direção do PSDB de que era necessária uma manifestação pró-Aécio, para mostrar unidade partidária. Além de conversas no fim de semana, FHC, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e Aécio foram ao Palácio dos Bandeirantes falar com Alckmin antes de irem à sede do partido. Nas negociações para definir o nome do novo presidente do PSDB, que será eleito em maio, parlamentares ligados a Serra pediram que a presidência do PSDB ficasse com o ex-governador. Serra não participou do encontro de ontem, por estar em viagem ao exterior. Mas parlamentares ligados a ele estiveram no palanque ao lado de Aécio e chegaram a elogiar o mineiro, como o senador Aloysio Nunes (SP), para quem Aécio tem "liderança, talento e prestígio". Nos discursos de FHC, Aécio e Alckmin, Serra não foi citado. Antes de fazer o seu pronunciamento à militância, Aécio classificou o Serra como uma das "lideranças extraordinárias" do PSDB.Unidade. Apesar de ter levado uma comitiva mineira, Aécio foi recebido como presidenciável pelos paulistas. "Está na hora do PSDB diversificar", disse FHC, que fez apelo a favor da união - o ex-presidente tem trabalhado como mediador da disputa entre Aécio e Serra. "Estamos aqui para mostrar que o partido está integralmente unido", completou.Aécio aproveitou o público para fazer um discurso enaltecendo o Estado. "O PSDB deve tudo a São Paulo. Foi aqui que surgiram as principais lideranças que nos estimularam a criar coragem para deixarmos os partidos onde militávamos", afirmou."Esta é a hora de o PSDB mostrar-se vigoroso para que nós possamos, ao receber a convocação do ex-presidente Fernando Henrique e do governador Geraldo Alckmin para cumprir essa missão, construir em cada canto do Brasil a nossa proposta", disse o senador sobre a candidatura a presidente do PSDB.Entre os serristas, o ex-governador Alberto Goldman foi menos enfático na defesa da candidatura Aécio. Questionado se achava que o discurso de Alckmin o lançava candidato a presidente, disse: "Eu fico quieto". / ISADORA PERON, JULIA DUAILIBI, THAÍS ARBEX e BRUNO LUPION

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