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Aécio critica ataques pessoais de Dilma e Marina e diz que não entrará no 'vale tudo'

Em Montes Claros (MG), tucano tenta associar novamente as adversárias: 'Vejo semelhanças nos discursos. Até porque (elas) conviveram muito tempo juntas no próprio PT'

Por Marcelo Portela
Atualização:

Atualizada às 22h21

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Montes Claros - O candidato à Presidência do PSDB, Aécio Neves (MG), criticou ontem os ataques feitos pela campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) à presidenciável do PSB, Marina Silva. A ex-ministra está à frente do tucano nas pesquisas de intenção de voto, mas Aécio afirmou que não vai entrar “no vale-tudo para ganhar eleição”.

“Não faço a ela (Marina) qualquer acusação do ponto de vista pessoal. Acho absolutamente inaceitável o tipo de acusação que ela recebe hoje da presidente Dilma”, disse Aécio em Montes Claros (MG), onde teve agenda de campanha. “Não entro nesse campo, entro no campo político”, afirmou, referindo-se à peça petista que associa Marina aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, que não terminaram seus mandatos.

Novo cenário. Aécio admitiu a mudança do cenário com a morte de Eduardo Campos, presidenciável do PSB que morreu há um mês, e a entrada de Marina. “Há 30 dias era outro cenário. Já tinha gente tomando uma porque nós íamos para o 2.º turno e íamos ganhar a eleição. A coisa mudou e vamos reconhecer que mudou”, disse. Pesquisa Datafolha divulgada anteontem mostrou empate técnico entre Dilma (36%) e Marina (33%); Aécio tem 15%.

Em relação ao “campo político, Aécio pontuou o que considera “incoerências” do discurso atual de Marina. “É preciso que saibamos se a Marina candidata é a que abraça o agronegócio ou aquela que propunha a proibição do cultivo de transgênicos no País. Se é a Marina que hoje defende a política econômica do PSDB, inclusive indo além do que imaginamos adequado como a autonomia do Banco Central, ou é a Marina que, no PT, lá atrás, combateu o Plano Real e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.”

Aécio voltou a associar Marina ao PT, sigla pela qual a ex-ministra de Luiz Inácio Lula da Silva construiu sua carreira política, e se apresentou como “a mudança verdadeira em relação a tudo isso que está aí”. “Vejo muitas semelhanças no discurso de Marina, que respeito pessoalmente, com o discurso da candidata Dilma quatro anos atrás. Até porque conviveram muito tempo juntas no PT.”

‘Traição’. Após participar de carreata com aliados e cabos eleitorais, Aécio lembrou que Lula editou medida provisória “no apagar das luzes” de seu governo para conceder benefícios tributários para que uma fábrica da Fiat, inicialmente prevista para ser construída em Minas, fosse transferida para Pernambuco - então governado por Campos, na época aliado do governo federal. Para o tucano, a medida foi uma “traição a Minas”. Segundo ele, uma emenda estendia os incentivos fiscais ao norte mineiro e Vale do Jequitinhonha. “A presidente Dilma, que veio aqui com sorriso pedir o voto de vocês, vetou esse artigo”.

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Em Minas, base eleitoral de Aécio, o Datafolha aponta o tucano (26%) em empate técnico com Marina (25%). Dilma tem 33%.

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