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Advogado de Dalva Dias ganha cargo em fundação pública

Amarildo Alcino de Miranda foi nomeado assessor da presidência da Fundacentro pelo ministro Manoel Dias

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Foto do author Andreza Matais
Por Andreza Matais e Fabio Fabrini
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Manoel Dias, nomeou o advogado de sua mulher como assessor especial da presidência da Fundacentro, fundação vinculada ao ministério responsável por estudos sobre condições de ambientes de trabalho. Amarildo Alcino de Miranda defendeu Dalva Dias no processo aberto pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina para apurar irregularidades na contratação de entidades com dinheiro do Ministério do Trabalho pela secretaria estadual comandada por ela entre 2007 e 2010 e em outros casos.A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de maio deste ano, um mês e 16 dias após Manoel Dias assumir a pasta. Assim como o ministro e sua mulher, o advogado é filiado ao PDT de Santa Catarina. "Não vejo nenhuma incompatibilidade nisso. Ele assinou ali, mas eu poderia ter assinado esse processo também. Nem precisa de advogado", afirmou Dalva, acrescentando que Amarildo trabalhou com ela na secretaria. "Ele foi advogado dela antes de ser nomeado. Não vejo problemas nisso", defendeu o chefe de gabinete do ministro, Rodrigo Minotto.O ministro também nomeou para a Fundacentro outros nomes do PDT: Maria Amélia Gomes de Souza Reis, presidente da fundação, e Renato Ludwig de Souza, diretor executivo. Ambos foram indicados pelo ex-ministro Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. A mulher do ministro também já trabalhou na fundação como diretora executiva, nomeada pelo então ministro Lupi.DEMISSÃOCom orçamento de R$ 80 milhões, a Fundacentro se tornou reduto do PDT catarinense nos últimos anos. A mulher do ministro, presidente do partido em Florianópolis, teria até influenciado na saída de Eduardo Costa do comando do órgão. Após três anos e meio na fundação, ele foi avisado da demissão em abril deste ano, logo após Manoel Dias assumir a pasta do Trabalho."O processo de substituição na Fundacentro se deu porque a Dalva não gostava de mim. Acho que a entidade sofreu uma perda institucional. Estávamos preparando a Fundacentro para se tornar uma instituição mais nacional, como a Fiocruz. Mas tinha um grupo lá que não queria que as coisas andassem", afirmou ao Estado Eduardo Costa, que é médico sanitarista e professor da Fundação Oswaldo Cruz.

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