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Adversários criticam promessa de Ciro de limpar nome de inadimplentes

Em debate com formuladores dos programas dos presidenciáveis, proposta foi alvo de críticas

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

SÃO ROQUE - A promessa de Ciro Gomes, candidato do PDT à sucessão presidencial nas eleições 2018, de ajudar a “limpar o nome” de mais de 63 milhões de brasileiros que estão negativados no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) foi alvo de críticas nesta sexta-feira, 10, de especialistas que assessoram candidatos concorrentes.

Num debate com formuladores dos programas dos presidenciáveis, Persio Arida, assessor econômico do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), disparou contra o que chamou de “promessas irresponsáveis” feitas nesse início de campanha e estimou que a proposta de Ciro teria um impacto superior a R$ 60 bilhões - ou duas vezes o custo do Bolsa Família - nas contas públicas.

Ciro Gomes, candidato à Presidência da República pelo PDT Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Em defesa de Ciro, o coordenador do programa de governo do pedetista, Nelson Marconi, contestou o cálculo e disse que a estimativa não poderia ser feita porque o candidato ainda não detalhou como vai reduzir o volume de inadimplentes. “Quando a gente fala que existe um problema sério de endividamento das pessoas, não significa que vamos endividar o governo. Não falamos como vamos fazer”, comentou o economista. Segundo ele, o programa completo de governo de Ciro deve ser publicado até segunda-feira.

Ao ser abordado por jornalistas, Marconi não revelou qual será o caminho para esvaziar os cadastros negativos do SPC. Adiantou apenas que, com o apoio do governo, as pessoas terão condição melhor para renegociar suas dívidas bancárias.

Alfinetadas aos planos anunciados pelo candidato do PDT também foram desferidas durante o debate de assessores por João Paulo Capobianco, o ambientalista que coordena o programa de governo de Marina Silva (Rede). “Fiquei feliz. Está tudo resolvido. É inacreditável que a gente siga nesse processo”, afirmou Capobianco, ao criticar não apenas o anúncio feito aos brasileiros com dívidas em atraso, mas também a promessa de Ciro de criar 2 milhões de empregos no primeiro ano de mandato.

Capobianco também atacou os investimentos em saneamento básico prometidos por Alckmin quando, conforme acusou, a Sabesp despeja diariamente 300 milhões de litros de esgoto nos rios paulistas.

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