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‘Acho desconfortável dividir palanque com Richa’, diz governadora do Paraná

Candidata à reeleição, Cida Borghetti (PP) minimiza aliança que mantém com os tucanos, afirmando que nunca recebeu apoio formal do ex-governador à sua postulação ao Palácio Iguaçu

Por Katna Baran
Atualização:
A governadora Cida Borghetti (PP), que assumiu o governo do Paraná após a saída de Beto Richa (PSDB). Foto: Jonas Oliveira/Governo do PR

CURITIBA - A governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), candidata à reeleição, minimizou em entrevista ao Estado a aliança que mantém com os tucanos, dizendo que nunca recebeu apoio formal do ex-governador Beto Richa (PSDB) à sua postulação ao Palácio Iguaçu. Referindo-se à prisão do tucano, investigado pela Operação Radiopatrulha do Ministério Público do Paranáde quem foi vice até abril, antes de ele deixar o cargo para disputar o Senado, Cida ressaltou que ambos só compartilharam palanque “antes do ocorrido”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

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A sra. já falou que não se sente mais confortável em apoiar a candidatura de Richa ao Senado. O que está sendo feito em relação a isso pela coligação? É uma decisão do candidato e do partido dele. Pedi à coordenação de campanha que reunisse os partidos coligados para que pudessem trocar uma ideia sobre a situação, mas a decisão é do próprio candidato.

A sra. não dividiria mais seu palanque com ele? Não tenho conhecimento de que a sua campanha tenha feito qualquer manifestação (de apoio a minha campanha). Ele não fez um palanque ainda. É a campanha dele, ele tem autonomia de fazer campanha solo.

Mas em vários eventos vocês estavam juntos. Antes do ocorrido. É lamentável o que aconteceu. É uma situação bastante delicada. Ele tem o direito da defesa, e a decisão vai ser tomada por ele.

Richa declarou que vai retomar a campanha ao Senado. Qual seu posicionamento diante dessa manutenção da candidatura? Ele já vinha fazendo uma campanha solo, como um candidato avulso. Seu coordenador de prefeitos, prefeito Cesar Filho (PPS), de Guarapuava, é o coordenador de Ratinho Jr. A candidatura é um direito individual.

A sra. não se sente desconfortável com a operação? Quando esses fatos ocorreram, eu estava deputada federal, não era vice-governadora. Quem era vice-governador era o Flavio Arns, atual candidato ao Senado, e também vale lembrar que vários secretários de governo da época, de Agricultura, Administração, o Subchefe da Casa Civil, todos eles estão na campanha do Ratinho. Não estou sendo investigada, não tenho problema nenhum. Aliás, assim que assumi, criei a Divisão de Combate à Corrupção, que tem autonomia para investigar desvios de ordem governamental. Não compactuo com desvio de conduta. É preciso separar essa situação. Cabe à Justiça tomar as decisões e ao candidato avaliar se vai continuar candidato. Já pedi reunião da coligação. Acho bastante desconfortável para todos, não só para mim, compartilhar o mesmo palanque (com Richa) daqui para frente.

Nos últimos anos, como vice de Richa, e, diante dessas situações, a sra. nunca chegou a questioná-lo? Qual era seu poder de influência no governo? Meu poder de influência foi zero. Não fui nunca consultada para nomeação de assessores comissionados e secretários, nunca me sentei à mesa de reuniões, era tão somente vice-governadora que assumia a responsabilidade quando havia missão do governador. Nunca fui secretária, não tinha pasta ou local à mesa de decisão.

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Outro alvo da operação que prendeu o ex-governador, o empresário Joel Malucelli, é primo do seu candidato a vice, Coronel Malucelli (PMN). Como isso afeta a sua campanha? Não tem nada que desabone a conduta do Coronel Malucelli. É um dos homens mais respeitados na área de segurança, professor de formação de curso de oficiais (da PM do Paraná). Ele é primo e não vai deixar de ser nunca (primo do empresário). 

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