Ação policial em atos é questionada no Rio e em São Paulo

Governo fluminense troca comando da Tropa de Choque; PM paulista apura uso de balas de borracha na Assembleia

Por Clarissa Thomé , Fabio Grellet , Ricardo Chapola e RIO
Atualização:

O governo do Rio trocou ontem o comando de seu Batalhão de Choque. Em São Paulo, o comando da PM abriu investigação sobre eventuais abusos da tropa no protesto de anteontem.A situação do Rio se agravou com as recentes críticas do diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, Ricardo Dominguez. Ele fez fortes críticas à atuação do Batalhão de Choque na manifestação diante do Palácio Guanabara. O tenente-coronel Fábio Almeida de Souza deixa o cargo, que ocupou desde outubro de 2011, e passa a liderar o Bope, onde já serviu. Para seu lugar vai o tenente-coronel Márcio Oliveira Rocha, que servia na Tijuca.A PM negou que a troca tenha algo a ver com as críticas. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, o novo comandante da PM, coronel José Luís Castro Menezes, tem feito várias mudanças nos batalhões desde que foi nomeado, há 10 dias.Desde o início dos protestos, em junho, o batalhão tem sido alvo de críticas de manifestantes e entidades de defesa dos direitos humanos. No ato da quarta-feira contra o governador Sérgio Cabral (PMDB), que reuniu apenas 200 pessoas, os policiais do Choque fizeram 29 prisões - e 28 pessoas foram liberadas e uma indiciada por dano ao patrimônio. Entre os detidos havia quem nem tivesse participava do protesto.Em São Paulo o alvo do pedido de investigação são os policiais que atuaram anteontem na Assembleia, onde um grupo protestava contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A manifestação foi organizada pelo PT e pelas centrais sindicais ligadas ao partido, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central de Movimentos Populares (CMP). Três pessoas ficaram feridas.No documento assinado pelo líder do partido na Casa, Luiz Claudio Marcolino, o PT repudiou as agressões aos manifestantes e até a deputados petistas que disseram ter sido vítimas da Tropa de Choque. Balas de borracha. A PM afirmou que abriu um inquérito policial para investigar o suposto uso de balas de borracha durante a operação. Em nota, a PM afirmou que não estava autorizada a usar balas de borracha - a determinação veio após as manifestações de junho.A PM e informou que os fatos "envolvendo a utilização de munição de elastômero (balas de borracha)", durante os incidentes "já estão sendo apurados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e pela Polícia Civil".

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