A PASSAGEM DO EX PELO PLANALTO

Sarney é presidente interino do País por três dias

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Por Rafael Moraes Moura e BRASÍLIA
Atualização:

Em seu segundo dia no Palácio do Planalto, o presidente em exercício, José Sarney, elogiou ontem a presidente Dilma Rousseff, que completou 65 anos na sexta-feira. "Na minha vida, o destino tem me preparado muitas surpresas. Uma delas foi esta, de assumir a presidência da República depois de 22 anos, substituindo a presidente Dilma Rousseff, esta mulher extraordinária que hoje merece o respeito nacional pelas suas qualidades e pelo governo que está fazendo", discursou Sarney, em cerimônia de transmissão de cargo de secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

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A troca de comando na secretaria executiva do GSI - ocupada agora pelo general de divisão Roberto Sebastião Peternelli, que substitui o general de divisão Antonio Sérgio Geromel - trouxe de volta lembranças do governo Sarney (1985-1990). "Mais uma surpresa que o destino me dá, porque o general Peternelli serviu aqui comigo, quando presidente, durante todo o tempo, como capitão e depois promovido a major, no serviço de segurança, e também estreitamente ligado ao presidente, porque, por ele, eu tinha uma grande afeição (...) E outra grande surpresa aqui estava deixando o serviço ativo o general Geromel que foi comandante do Centro de Guerra Eletrônica, criado por mim, quando presidente da República", discursou.

À tarde, o presidente interino não retornou ao Planalto. Segundo assessores, Sarney não queria holofotes. Sarney é o quarto da lista de sucessão na Presidência, e assumiu por causa das viagens de Dilma a França e Rússia, do vice Michel Temer a Portugal e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), ao Panamá.

Na última quinta-feira, seu primeiro dia de volta à Presidência, Sarney recebeu no gabinete os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Marta Suplicy (Cultura) e senadores do PMDB. Na ocasião, foi lembrada a previsão de uma vidente, que teria dito que Sarney seria presidente outra vez.

A segunda passagem de Sarney pela presidência da República está com as horas contadas - ele deve deixar de ocupar interinamente o cargo às 21h de hoje, com a chegada de Temer. Dilma retorna da Rússia na madrugada de sábado para domingo, e vai encontrar um problema maior: a possibilidade de o Congresso Nacional, com o aval de Sarney, derrubar os seus vetos ao projeto que redistribui os royalties do petróleo.

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