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Popularidade de Dilma para de crescer

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Por Redação
Atualização:

A recuperação da popularidade de Dilma Rousseff não é tão rápida quanto os governistas gostariam que fosse. A pesquisa CNT/MDA divulgada hoje mostra que a avaliação positiva da presidente estabilizou, quando comparada à do Ibope de duas semanas atrás. Em ambas ela aparece com 38% de ótimo e bom.

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Se compararmos a pesquisa de hoje com o primeiro levantamento que mostrou recuperação de parte da popularidade presidencial - a do Datafolha de um mês atrás - a desaceleração também fica evidente. Naquela, Dilma já aparecia com 36% de avaliações positivas. A diferença entre essas três pesquisas está dentro da margem de erro. Ou seja, há um mês que Dilma não cresce.

Outros indicadores apontam na mesma direção. O otimismo do brasileiro - medido por perguntas sobre o que ele acha que vai acontecer com a sua renda e o emprego, por exemplo - melhorou, mas pouco. A atitude da opinião pública poderia ser descrita como de cautela: o mundo não acabou, como os protestos de junho poderiam sugerir, mas a situação não é nenhuma maravilha.

Dilma perdeu 15 pontos de popularidade entre o começo e o fim de junho. Desde então recuperou 8 pontos, ou cerca de metade do que havia perdido. Mas essa recuperação aconteceu logo depois que os protestos em massa se esvaziaram - não por coincidência, logo que as férias escolares começaram.

Desde então, a presidente somou pouco ou quase nada à sua aprovação. É um forte indicativo de que a previsão de seu marqueteiro, João Santana, de que ela voltaria ao patamar confortável onde estava, deve demorar mais do que os quatro meses que ele projetou - no caso de vir a se concretizar.

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A aprovação popular ao programa Mais Médicos - lançado por Dilma no auge da crise - cresceu muito, de 50% para 74%. E deve explicar a ligeira alta nos que acreditam em perspectiva de melhora da saúde (de 31% para 35% da população). Mas o mesmo não aconteceu com educação nem segurança. Pior, a maioria acha que a economia do país parou de crescer (55%) ou andou de ré (10%).

Se não conseguir vencer a batalha das perspectivas econômicas, dificilmente Dilma voltará à popularidade de sonho que tinha até o começo do ano. Com 38% de ótimo e bom, a presidente tem uma aprovação um pouco acima da média dos governadores (34%) e prefeitos (35%). Esse patamar é suficiente para levá-la ao segundo turno em 2014, mas não garante a reeleição.

Embora apareça na frente nas simulações de primeiro e segundo turno, Dilma tem contra si 42% de eleitores que, hoje, dizem que não votariam nela de jeito nenhum. A taxa é maior do que a dos concorrentes diretos, mas isso se deve, em parte, a ela ser mais conhecida do que eles. Mesmo assim, dá uma ideia do tamanho da oposição que ela enfrentará durante a campanha sucessória.

A dificultar ainda mais a vida da presidente, o PT não conseguiu se recuperar do baque sofrido depois dos protestos de junho. A taxa de petistas, que chegou a bater em um terço da população, caiu ao patamar de 20% há dois meses e de lá não mais saiu. É o mesmo nível de simpatia ao partido da época do mensalão.

A pesquisa CNT/MDA pode servir aos fins de propaganda do governo, mas, se vista com cuidado, é uma recomendação à prudência. Acreditar no oba-oba é atalho para o auto-engano.

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