Motivo: outra linha férrea, a ser licitada pelo governo estadual, faria esses trajetos. Vantagens, segundo o líder da equipe de transição de Alckmin, Jurandir Fernandes: as saídas seriam mais frequentes (o que é bom) e o preço da passagem seria mais barato (o que é ótimo). Único contratempo na sua opinião, o trajeto seria 12 minutos mais demorado.
Por que não ter duas linhas de trens de alta velocidade ligando São Paulo a seus aeroportos, a estadual e a federal? Por que não promover a concorrência entre os operadores privados de ambas? Haveria mais saídas, com dois trens, e os usuários não estariam sujeitos ao monopólio de uma operadora ao pagar pelo bilhete.
Não vale o argumento de que não haverá interessados em operar a linha estadual se houver a concorrência da federal. Se empreiteiras e empresas de transporte não querem competição, é do jogo que façam lobby contra ela. Outra coisa é encampá-lo.
Fernandes disse que "o custo é três vezes menor (sic)" para a linha estadual. Na verdade, o custo da linha federal, nas suas contas, é três vezes maior: R$ 3,5 bilhões a R$ 10 bilhões. Acrescentou que "o trem regional pode sair em intervalos até duas vezes menores (sic)". Ou seja, metade do tempo de espera.
O trem-bala federal tem leilão marcado para 16 de dezembro. Ele parte de Campinas, passa por Viracopos, São Paulo, Cumbica e, diferentemente do estadual, segue pelo vale do Paraíba e chega ao Rio de Janeiro. O federal, tudo indica, vai sair. O estadual, diz Fernandes, sairá também, com ou sem mudança de trajeto do federal.
Em resumo: R$ 13,5 bilhões do meu, do seu, do nosso serão gastos, de qualquer jeito, para fazer os dois trajetos, paralelos, entre Campinas e Cumbica, passando por Viracopos e São Paulo. Já que se vai gastar mais, por que raios ter menos paradas? Menos por mais? Parece caso de jabuti em árvore, só que desta vez alguém colocou o bicho a bordo do trem-bala. Só falta descobrir quem.