O novo encontro envolveu os mesmos diretores: Márcia Cavallari (Ibope), João Francisco Meira Filho (Vox Pupuli), Mauro Paulino (Datafolha) e Ricardo Guedes (Sensus). A discussão não diminuiu os atritos, ao contrário. Ficaram explícitas as divergências metodológicas entre dois pares de institutos, principalmente quanto à forma de montar os questionários das pesquisas de intenção de voto.
De um lado, Ibope e Datafolha. De outro, os mineiros, Vox Populi e Sensus. Meira e Guedes defenderam que incluir outras questões, como as de avaliação do governo, antes da bateria de perguntas sobre como o eleitor pretende votar não altera para mais ou para menos o percentual de intenção de voto dos candidatos. Cavallari e Paulino reafirmaram que a interferência influencia sim o resultado.
Os argumentos de lado a lado não foram suficientes para mudar as opiniões de um ou de outro. As diferenças metodológicas deverão continuar existindo. A julgar pelos resultados das rodadas mais recentes, isso significa que muito provavelmente o debate deve esquentar. O quanto, vai depender do resultado das próximas pesquisas Datafolha e Ibope, previstas para os próximos dias.
A disputa é potencializada na internet. A mesma polarização entre os institutos se verifica entre os militantes das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Como os resultados de Sensus e Vox Populi têm sido mais favoráveis à petista, seus correligionários tendem a validar suas pesquisas e atacar Datafolha e Ibope. Enquanto os tucanos fazem o contrário.
Isso apaixona a discussão e afasta qualquer possibilidade de um debate que possa aclarar a questão. Saem de cena os argumentos técnicos e ganham força especulações sobre as supostas motivações de quem contratou as pesquisas.
Resta seguir procurando as tendências de longo prazo e calculando a média móvel das pesquisas mais recentes para aplainar as diferenças.