A confiança do consumidor é o indicador de expectativas econômicas que mais se correlaciona com a popularidade do presidente no Brasil desde, pelo menos, o governo de Fernando Henrique Cardoso. Quando o INEC da CNI cai, a aprovação do governante de plantão acaba caindo também - e vice-versa.
É cedo para se inferir que a popularidade de Dilma vá começar a melhorar, mas esses sinais reforçam a ideia de ela bateu no fundo do poço e encontrou apoio sólido para ensaiar algum tipo de recuperação. Uma percepção positiva do noticiário é sempre fundamental para a aprovação do presidente.
Na pesquisa CNI-Ibope da semana passada, 55% dos brasileiros disseram que as notícias que haviam visto, ouvido e lido nas últimas semanas sobre o governo Dilma haviam sido mais desfavoráveis do que favoráveis, contra apenas 9% que disseram o contrário.
A imensa maioria (87%) dessas más notícias para Dilma estava relacionada aos protestos. Logo, a diminuição do tamanho e da frequência das manifestações também é boa para a presidente.
Nada disso é suficiente para garantir a recuperação da popularidade de Dilma, mesmo que em parte. Mas são condições necessárias, sem as quais dificilmente a presidente conseguirá melhorar sua imagem junto à opinião pública.
...