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Ibope em SP: Doria se isola; Russomanno cai; Marta segue a 3 pontos de Haddad

Jose Roberto de Toledo Daniel Bramatti

Por Jose Roberto de Toledo
Atualização:

Nova pesquisa Ibope mostra que Celso Russomanno (PRB) segue em tendência de queda. Ex-líder da corrida pela prefeitura de São Paulo, ele já perdeu 11 pontos desde agosto - dois deles entre segunda e quarta-feira: tem agora 22% das intenções de voto, em segundo lugar. João Doria (PSDB) está na liderança isolada, mas não passou dos 28%. Na disputa pela terceira colocação, Marta Suplicy (PMDB) parou de cair: oscilou de 15% para 16%. O prefeito Fernando Haddad (PT) segue com leve tendência de alta. Foi de 9% para 12% no começo na semana e chegou agora a 13%.

A pesquisa anterior do Ibope saiu na segunda-feira. Desde então, Luiza Erundina (PSOL) oscilou de 5% para 6%. Major Olímpio (SD), João Bico (PSDC), Levy Fidélix (PRTB) e Ricardo Young (Rede) têm 1% cada. Henrique Áreas (PCO) e Altino (PSTU) não pontuaram. Eleitores que pretendem anular ou votar em branco seguem caindo, agora de 10% para 9%. Além isso, 3% não responderam.

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A quarta rodada da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo foi realizada entre os dias 25 e 28 de setembro, com 1.204 entrevistas face a face em todas as regiões da cidade. A margem de erro máxima para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. Está registrada no TRE com o protocolo SP-03836/2016. Foi contratada por Globo Comunicação e Participações S/A e S/A O Estado de S.Paulo.

A propaganda na TV e no rádio fez Doria ganhar 19 pontos e chegar ao patamar histórico dos tucanos em São Paulo em um mês. Mesmo se tornando muito mais conhecido, sua rejeição cresceu muito pouco, de 12% para 17%. Essa combinação faz com que ele seja percebido pela maior parte do eleitorado como favorito: 33% acham que ele será o próximo prefeito paulistano, contra 25% que ainda apostam em Russomanno, 16% em Marta e 11% em Haddad.

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Não há sinais, porém, de que o candidato do PSDB crescerá o suficiente para ser eleito já no primeiro turno. Ele segue com apenas 32% dos votos válidos (precisaria de 50% mais um voto). Contra ele também há a tradição: desde que passou a haver dois turnos em São Paulo, em 1992, nunca alguém ganhou na primeira votação. Foram seis disputas de segundo turno seguidas.

A principal refrega, portanto, é para ver contra quem Doria vai para o segundo turno. Embora Russomanno ainda esteja sozinho em segundo lugar, com 6 pontos a mais que Marta (tende a zero a chance de ambos estarem no limite de suas respectivas margens de erro), sua tendência de queda constante desde agosto sugere que ele pode repetir a trajetória da eleição de 2012, quando também foi líder isolado e acabou em terceiro lugar.

A questão é se ele cairá rápido o suficiente para ficar de fora - e, se isso ocorrer, quem ocupará sua posição. Marta e Haddad disputam cada eleitor que desiste de votar em Russomanno. Nas periferias pobres da cidade, que sempre votaram majoritariamente em candidatos do PT, há agora empate triplo: Russomanno tem 25%, Marta tem 23% e Doria tem 22% (o esperado para um tucano). É onde Russomanno está caindo e onde Marta consegue se segurar.

Haddad não decola porque só tem 11% nessa zona petista. Ironicamente, vai melhor na área antipetista, onde chegou a 14%. Para ter chance de ir ao segundo turno, o prefeito precisa obrigatoriamente crescer na periferia. Deu um primeiro passo nessa direção ao ver sua rejeição cair na zona petista de 44% para 38%. Isso fez com que a taxa dos que não votariam nele de jeito nenhum no conjunto da cidade diminuísse de 47% para 41%.

Como ocorre com a maioria dos prefeitos das cidades onde há horário eleitoral próprio e o incumbente disputa a reeleição, a avaliação de Haddad melhora à medida que sua rejeição cai. Embora ainda baixa, a aprovação do prefeito cresceu de 19% para 27% desde a primeira pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo. Seu saldo de popularidade (taxa de ótimo/bom menos a taxa de ruim/péssimo) ainda está negativo em 27 pontos, mas era de -44 um mês atrás.

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Na cidade, Haddad só não é mais mal avaliado do que Michel Temer (PMDB). O presidente tem saldo negativo de 30 pontos em São Paulo: 12% de ótimo/bom contra 42% de ruim/péssimo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem 21% de ótimo/bom contra 35% de ruim/péssimo, saldo negativo de 14 pontos.

Para tirar os 9 pontos que o separam de Russomanno na segunda colocação, porém, Haddad precisaria melhorar sua intenção de voto entre os que aprovam seu governo (só converte em voto 43% deles) e entre quem declara simpatia pelo PT. Só 43% dos petistas dizem que pretendem votar no prefeito de seu partido.

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