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Dilma recupera mais popularidade que governadores

A presidente Dilma Rousseff está recuperando sua popularidade duas vezes mais rápido do que os governadores. De julho a dezembro, o saldo da popularidade presidencial cresceu 23 pontos, segundo pesquisa Ibope/CNI. Ao mesmo tempo, a média ponderada dos 27 governadores cresceu 10 pontos.

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Por Redação
Atualização:

O saldo de popularidade é a taxa dos que avaliam o governo como ótimo ou bom descontados os que acham o governo ruim ou péssimo. Em julho, no auge da ressaca das manifestações de rua, o saldo de Dilma era zero: 31% de ótimo+bom contra 31% de ruim+péssimo. Agora, é de 23 pontos (43% a 20%). Ao mesmo tempo, o saldo médio de popularidade dos governadores foi de -2 para 8 pontos.

Dos 11 governadores cujas avaliações podem ser comparadas individualmente com as da presidente (porque foram divulgadas pesquisas em julho em seus Estados), Dilma teve uma recuperação mais acentuada do que dez deles. Apenas o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), cresceu mais em popularidade do que a presidente: seu saldo pulou de 3 para 33 pontos.

Clique/toque para interagir com o gráfico Foto: Estadão

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Hoje, Dilma tem taxa de ótimo e bom maior do que a do respectivo governador em 18 das 27 unidades da federação. A maior diferença em favor da presidente acontece no Rio Grande do Norte, onde ela chega a 49% de avaliações positivas, contra só 7% da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). A vantagem de Dilma é de 25 pontos ou mais no Amapá, Alagoas, Pará, Bahia, Roraima e Rondônia.

Em outros cinco Estados a aprovação da presidente se equivale à do líder local, pois a diferença está dentro da margem de erro. É o caso, por exemplo, de São Paulo, onde ela tem 35% de ótimo+bom, e Geraldo Alckmin (PSDB) tem 31%. O mesmo se repete em Santa Catarina (42% a 38%), Minas Gerais (51% a 49%), Paraná (45% a 45%) e Mato Grosso do Sul (44% a 49%).

Apenas em quatro Estados a avaliação do governado é melhor do que a da presidente. A maior diferença é justamente em Pernambuco, cujo governador, Eduardo Campos (PSB), é pré-candidato à Presidência contra Dilma. Ele tem um saldo de popularidade 13 pontos maior do que o da possível adversária. Os outros três Estados são Amazonas, Acre e Espírito Santo.

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Dilma retomou a recuperação de sua popularidade nas últimas semanas apenas, após três meses de estabilidade. Dois motivos se destacam: a melhora da confiança do consumidor (típica após ele receber o 13º salário), e a "pacificação" do noticiário - ou, ao menos, da percepção que os eleitores têm do que é noticiado.

Segundo a pesquisa CNI/Ibope, foram relativamente raras as citações de notícias negativas para o governo entre os brasileiros. Nenhum fato monopolizou as manchetes, como na época dos protestos em massa, quando 63% se lembravam de notícias sobre as manifestações. Agora essa taxa caiu a menos da metade.

O noticiário sobre a prisão de condenados pelo mensalão foi citado por apenas 13% dos eleitores, mostrando que o eventual desgaste que o escândalo possa ter provocado à imagem presidencial há muito já foi absorvido. Hoje, é indiferente.

Tampouco as notícias sobre problemas na área econômica, sobre desequilíbrio das contas públicas ou da inflação, conseguiram despertar mais atenção do público do que notícias favoráveis ao governo, como sobre concessões de rodovias, e os programas federais Mais Médicos e Bolsa Família, por exemplo.

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