Procuradores que participaram das negociações da delação premiada de Joesley Batista e dos demais colaboradores do grupo JBS informaram neste sábado à Broadcast, em caráter reservado, que a gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer no Palácio do Jaburu em março deste ano não foi periciada antes de ser usada como uma das provas para o pedido de abertura de inquérito contra o presidente.
Perícia realizada nos arquivos de audio a pedido do jornal "Folha de S.Paulo" apontou indícios de edição na conversa.
Procuradores dizem que a perícia pode ser feita a pedido do relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin. Segundo eles, a conversa foi analisada pela PGR, mas não foi periciada.
Eles sustentam que, ainda que a gravação seja desconsiderada como prova, ela não invalida o restante da Operação Patmos, fase da Lava Jato que concerne à delação da JBS, e nem as provas colhidas posteriormente no acordo de delação e nas ações controladas realizadas.
"Não se pode dizer que a sequência fática de crimes, com flagrantes de entrega de dinheiro, simplesmente não existiu", diz um procurador do GT de Janot.