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Análise e bastidores de política e economia

Delação de Palocci pode ser gota d'água para Lula

Por Vera Magalhães
Atualização:

Enquanto o ministro Edson Fachin não torna públicas as delações de 78 colaboradores ligados à Odebrecht, depoimentos prestamos pelo herdeiro Marcelo e demais executivos em outras ações vão ajudando a montar o quebra-cabeças das revelações explosivas do acordo judicial com aquela que foi a maior empreiteira do país.

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Ao juiz Sergio Moro, Marcelo Odebrecht não só confirmou que Lula era o "Amigo" descrito nas planilhas e e-mails apreendidos pela Lava Jato como deu uma informação até aqui inédita: a do saque em espécie, cujo portador teria sido o ex-ministro Antonio Palocci.

É a primeira vez que se tem notícia de um depoimento afirmando textualmente que Lula era o beneficiário final de uma espécie de "conta corrente" -- cuja existência já havia sido informada -- para abastecer o PT de propinas.

Esse depoimento de Odebrecht, que provavelmente apenas corrobora o que já deve estar consignado de maneira mais detalhada, e muito provavelmente endossada por outros delatores ligados à empreiteira, leva a situação processual de Lula a um estágio mais complicado, às vésperas de seu depoimento a Moro.

A revelação também torna potencialmente mais explosiva para o ex-presidente -- e estratégica para a Lava Jato -- uma delação de Palocci, que pode confirmar que entregou R$ 13 milhões em dinheiro vivo ao ex-presidente.

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Os processos de Palocci caminham para a reta final recheados de evidências capazes de dar ao ex-titular da Fazenda e da casa Civil uma das maiores penas da Lava Jato. Portanto interessa ao próprio petista selar um acordo que atenue sua condenação -- esperada por advogados e procuradores.

*Análise originalmente produzida para o Broadcast Político.

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