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A disputa eleitoral nas redes sociais

Defesa das mulheres ganha destaque nas redes com debate de presidenciáveis na Band

Assunto foi introduzido no segundo bloco após ataque de Bolsonaro contra jornalista Vera Magalhães

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Por Samuel Lima
Atualização:

De expectativa morna ao longo do dia, o debate entre candidatos a presidente na TV Bandeirantes atraiu a atenção dos eleitores e gerou engajamento nas redes sociais à noite, com destaque para a pauta da defesa das mulheres. O assunto foi introduzido depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou a jornalista Vera Magalhães, no segundo bloco.

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A hashtag #DebateNaBand ficou no primeiro lugar dos trending topics do Brasil ao longo de todo o programa, das 21h até 0h. A plataforma contabilizou mais de 802 mil menções diretas ao debate. Entre os candidatos, Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dominaram as menções, mas os políticos que tentam crescer nas pesquisas -- Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União) e Luiz Felipe D'Ávila (Novo) -- ganharam notoriedade em diferentes momentos.

Debate entre candidatos a presidente na TV Band, em 28/8/2022. Foto: Reprodução / Band

Segundo monitoramento da Quaest, o debate alcançou uma média de 19 milhões de interações em posts no Twitter no primeiro bloco e 13 milhões nos dois blocos seguintes. Entre as entrevistas do Jornal Nacional, da TV Globo, por exemplo, o maior índice foi de 14 milhões, com Lula. Ciro teve o maior percentual de menções positivas (51%), seguido de Tebet (41%), Lula (38%), Bolsonaro (35%), D'Ávila (34%) e Thronicke (32%).

O primeiro momento marcante do debate nas redes ocorreu quando Bolsonaro abriu a etapa de confrontos diretos com uma pergunta ao ex-presidente Lula sobre corrupção. Como resultado, conseguiu impulsionar as buscas no Google sobre o tema ao longo do debate, segundo dados do Google Trends divulgados no evento. O termo "Petrobras" também apareceu pouco depois nos trending topics. 

Nessa mesma pergunta, aliados de Lula exploraram o fato de Bolsonaro ter chamado o petista de "presidente". 

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Outro destaque nas redes durante o primeiro bloco veio da estratégia das "dobradinhas" -- quando um dos participantes faz perguntas menos incisivas a outro candidato ao qual não faz oposição direta. Usuários criaram a dupla "Simone e Soraya", por exemplo, e fizeram memes, em uma brincadeira com nomes de duplas sertanejas. 

Ao chegar ao primeiro intervalo comercial, o nome de Soraya era o segundo mais viral, com Simone em quarto e D'Ávila em décimo lugar. Ainda assim, Bolsonaro e Lula apareciam com cerca de 10 vezes mais menções, ambos superando a marca de 280 mil tuítes.

No segundo bloco, o principal assunto do debate surgiu com um ataque de Bolsonaro contra a jornalista Vera Magalhães. Ela havia indagado Ciro Gomes sobre a cobertura da vacinação no Brasil e a desinformação propagada por Bolsonaro em relação aos imunizantes. Ao comentar a resposta, o presidente disse que achava que ela "dorme pensando em mim" e "tem alguma paixão em mim". A jornalista ficou entre os assuntos mais comentados desde então até o fim do debate.

Bolsonaro ainda direcionou falas agressivas contra Simone Tebet, dizendo que ela era uma "vergonha no Senado Federal". A resposta da emedebista sobre as críticas de Bolsonaro sobre a sua atuação na CPI da Covid gerou um pico de menções, e Soraya viralizou com uma declaração de que o presidente era "tchutchuca com outros homens, mas vem pra cima da gente como tigrão". Logo após a fala, opositores lembraram da confusão com o youtuber, e o assunto "Centrão" subiu nas buscas do Google. 

Lula e Ciro ganharam destaque no segundo bloco com um embate direto. O termo "Paris" chegou aos trending topics puxado por apoiadores do petista, que criticam o adversário por não ter apoiado efetivamente Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais de 2018.

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Na volta para o terceiro bloco, Bolsonaro abordou projetos para mulheres em seu governo e depois resgatou a história de que Ciro Gomes teria sido misógino com sua ex-mulher, Patrícia Pillar. As buscas rapidamente subiram no Google e fizeram deste o momento de maior curiosidade do público no site de pesquisas.

Petistas ainda comemoraram uma resposta de Lula a Thronicke de que ela não havia visto melhora nas condições de vida durante o seu governo, "mas seu motorista e sua empregada doméstica viram". Já as redes bolsonaristas exploraram trecho em que Bolsonaro chama Lula de "ex-presidiário".

Ao final do programa, segundo dados do Google Trends divulgados pela Band, as perguntas mais frequentes sobre política na plataforma eram desfavoráveis a Bolsonaro. Adversários conseguiram aumentar as pesquisas sobre os termos "sigilo de 100 anos" e "orçamento secreto".

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