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Romário pede ajuda à Comissão da Verdade no caso Marin

O presidente da Comissão de Turismo e Desporto, deputado Romário (PSB-RJ) pediu ajuda à Comissão Nacional da Verdade para esclarecer as suspeitas de envolvimento do atual presidente da CBF, José Maria Marin, com a ditadura militar.

Por Roldão Arruda
Atualização:

O pedido foi feito publicamente nesta quinta-feira, 14, durante discurso na Câmara. Romário também anunciou que vai realizar uma audiência pública para analisar o caso do jornalista Vladimir Herzog. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, ele trabalhava na TV Cultura e foi morto sob tortura, em 1975.

De acordo com as denúncias contra Marin, ele teria contribuído indiretamente para a morte do jornalista. Pesa contra ele um pronunciamento feito quando era deputado, pedindo às autoridades que esclarecessem denúncias de infiltração comunista na Cultura. Herzog foi preso poucos dias depois.

 Foto: Estadão

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"As suspeitas sobre o presidente da CBF são graves e constrangedoras", disse Romário. "Nós, atletas e ex-atletas, ficamos muito desconfortáveis com esse tipo de situação, num momento em que o Brasil se expõe ao mundo, ao se preparar para receber megaeventos esportivos", continuou, referindo-se aos Jogos Olímpicos e à Copa do Mundo.

"Será que a CBF pode ser dirigida por alguém que pedia a repressão a uma emissora estatal de televisão, a TV Cultura, à qual estava vinculado Vladimir Herzog?", perguntou.

O assunto desperta polêmicas. Um pouco antes, na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado e presidente estadual do PTB, Campos Machado, havia tomado uma atitude em sentido oposto: encaminhou à Casa uma moção de apoio a Marin.

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De acordo com Machado, está em curso uma "maquiavélica orquestração para denegrir a imagem, a honra, a história política e o passado de glórias do jogador de futebol, do vereador, do deputado estadual, do presidente da Federação Paulista de Futebol, do governador do Estado e agora presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin".

Na quarta-feira, 13, Marin utilizou o site da CBF para rebater as suspeitas. Acabou atraindo mais atenção para a polêmica que o acompanha desde que assumiu a presidência da CBF, um ano atrás. 

No início da noite desta quinta, 14, a petição que circula na internet, pedindo seu afastamento da presidência da CBF, havia coletado 38.674 assinaturas. A meta é chegar à marca de 50 mil.

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