A manifestação mais recente, divulgada nesta quinta-feira, 30, foi assinada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Ao comentar a morte do índio Oziel Gabriel, durante uma reintegração de posse em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, a instituição responsabilizou Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Segundo o Cimi, o governo federal deve ser responsabilizado porque a Polícia Federal, que comandou a ação de reintegração, só age sob ordens de Brasília. O texto também disse que a morte em Sidrolândia não é um fato isolado.
"A ação brutal comandada pela PF faz parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para viabilizar demandas de ruralistas e de latifundiários do agronegócio", observou o Cimi. "Com isso, de forma premeditada, o governo desrespeita os direitos dos povos indígenas, com sucessivas manifestações públicas de caráter anti-indígena."
Na quarta-feira, 29, um dia antes do conflito em Mato Grosso do Sul, a Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong) havia divulgado outra nota manifestando preocupação com a demora nos processos de demarcação de terras indígenas. No mesmo diapasão do Cimi, dizia: "O governo federal atende, dessa forma, aos interesses expressos no Congresso Nacional, onde há uma campanha contra os direitos indígenas."
No mesmo dia, no Rio Grande do Sul, o Conselho de Articulação do Povo Guarani divulgou nota acusando Dilma de manter "uma relação promíscua com ruralistas". Essa relação, disseram os indígenas, atrasa a demarcação de suas terras.
Essas duas manifestações foram precedidas por um manifesto coletivo, divulgado no dia 27 e assinado por uma centena de antropólogos. Batendo na mesma tecla, o texto acusou o governo de desfigurar os processos de regularização das terras para atender interesses econômicos.
Leia a íntegra das notas clicando aqui: Cimi, Abong, Conselho de Articulação, manifesto coletivo de antropólogos.
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