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Mortos sem sepultura recebem homenagens em São Paulo

O senador Eduardo Suplicy (PT) e a deputada Luiza Erundina participaram do ato inter-religioso realizado na manhã deste sábado, 2, no Cemitério do Araçá, em homenagem aos mortos e desaparecidos no período da ditadura militar. Também foram lembradas vítimas atuais de violência cometidas por agentes do Estado, como Amarildo Dias de Souza. Torturado até a morte por policiais militares do Rio, em julho deste ano, seu corpo ainda não foi localizado.

Por Roldão Arruda
Atualização:

Entre os religiosos presentes à celebração encontrava-se o cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. O ato também contou com a participação do Coro Luther King. Uma das músicas entoadas por seus integrantes foi Suíte dos Pescadores, de Dorival Caymmi. Era a música que os militantes políticos encarcerados na sede do Dops, em São Paulo, cantavam quando algum deles era retirado da cela para ser interrogado, torturado e, muitas vezes, assassinado.

 Foto: Estadão

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Também estavam no cemitério o deputado estadual Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão da Estadual da Verdade, e o vereador Gilberto Natalini, que coordena comissão semelhante na Câmara Municipal. O prefeito Fernando Haddad (PT) foi representado pelo secretário municipal de Direitos Humanos, Rogério Sottili.

A cerimônia aconteceu diante do columbário do Araçá, onde estão depositadas cerca de mil ossadas encontradas no Cemitério de Perus, há quase vinte anos. Acredita-se que boa parte delas pertence a militantes políticos mortos e enterrados sem nenhuma identificação.

Para José Luiz Del Roio, ex-militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e integrante do Comitê Paulista pela Memória, Verdade de Justiça, a não identificação dos corpos é uma das piores heranças da ditadura. "Talvez seja a maior prova da leniência, da falta de empenho do Estado em apurar os crimes da ditadura militar e da falta de respeito aos familiares de mortos e desaparecidos", diz ele.

Ainda segundo Del Roio,  é a a impunidade dos crimes cometidos pelos agentes da ditadura no passado que estimula assassinatos e desaparecimentos até hoje.

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O ato inter-religioso, oficialmente denominado Pelo Dever e Pelo Direito de Sepultar os Mortos, teve apoio do Conselho Latino Americano de Igrejas, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs e da Central Única dos Trabalhadores.

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