Ainda segundo o informe da Defesa, a primeira exumação foi feita no cemitério de Xambioá, em Tocantins; e a segunda, na área conhecida como Abóbora, em São Geraldo do Araguaia, no Pará. Os restos mortais já foram transportados para Brasília, onde serão analisados por especialistas do Instituto Médico Legal e do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. "Também serão realizados exames de DNA", diz a nota divulgada pela assessoria de comunicação.
Cada expedição é acompanhada por representantes do Ministério Público Federal (MPF) e por familiares dos integrantes da guerrilha. Dessa vez foi acompanhada por Diva Santana, integrante da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Ela é irmã de Dinaelza Santana Coqueiro e cunhada de Vandick Coqueiro, ambos desaparecidos durante guerrilha. Em depoimento para o livro Direito à Memória e à Verdade, Diva disse que, segundo informações de moradores da região, sua irmã foi presa por um mateiro e entregue aos militares.
O anúncio da localização dos restos mortais não entusiasmou familiares dos desaparecidos. Segundo informações de Crimeia de Almeida, companheira de André Grabois, também desaparecido na guerrilha, o governo não tem demonstrado muito empenho na identificação do material enviado a Brasília. "Desde a década de 1990, quando foram feitas as primeiras expedições e localizados os primeiros restos mortais, só dois foram identificados até hoje", afirmou. "Em Brasília já existe bastante material à espera de análises e exames de DNA. No ano passado já haviam sido localizados os restos mortais de outras pessoas, que ainda não foram analisados."
O Grupo de Trabalho Tocantins foi criado pelo Ministério da Defesa em 2010. Mais tarde, por pressão dos familiares, o nome foi mudado para Grupo de Trabalho Araguaia, num a referência direta à região onde se desenrolou a guerrilha, organizada pelo PC do B.
Os trabalhos da expedição encerrada há pouco foram concentrados em três sítios de escavação. Em Abóbora ela ocorreu numa propriedade particular, onde, segundo relatos de ex-funcionários, uma área estava sendo preservada pelos moradores por se tratar de lugar de enterro de guerrilheiros.
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