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Em meio a crise, ex-ministro José Carlos Dias assume coordenação da Comissão da Verdade

O advogado criminalista José Carlos Dias será o novo coordenador da Comissão Nacional da Verdade. A escolha, já acertada de maneira informal entre os cinco integrantes do grupo, deverá ser confirmada na próxima segunda-feira, 26, em Brasília.

Por Roldão Arruda
Atualização:

Dias advogou para presos políticos nos anos ditadura militar e foi ministro da Justiça no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 2000. Vai substituir Rosa Maria Cardoso, cujo mandato vence nesta semana (a coordenação é feita em sistema de rodízio, com duração de três meses).

 Foto: Estadão

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Em entrevista ao Estado, Dias afirmou que sua primeira providência no cargo será um apelo à presidente Dilma Rousseff para que indique logo os nomes dos novos integrantes da comissão. Eles deverão substituir o ministro Gilson Dipp, que se afastou por motivos de saúde; e o procurador Claudio Fonteles, cujo pedido de demissão se deveu a divergências com outros integrantes da comissão. A presidente está adiando a escolha dos nomes há quase três meses.

Dias já havia sido cogitado outras vezes para o cargo de coordenador. Ele sempre declinou, alegando que teria dificuldades para conciliar essa atividade com a banca de advocacia da qual faz parte - o escritório Dias e Carvalho Filho, em São Paulo.

Dessa vez, porém, os apelos foram tão insistentes que aceitou. Já avisou aos pares no escritório que suas atividades serão reduzidas nos próximos três meses.

O advogado assume o cargo em meio a uma profunda crise na Comissão da Verdade. A escolha recaiu sobre seu nome justamente por ser considerado um dos poucos capazes de promover a reconciliação entre os dois grupos que polemizam internamente sobre os rumos dacomissão.

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"Eu me dou bem com todos os membros", disse o advogado. "Espero reunir todo mundo em torno dos nossos objetivos comuns."

A atual coordenadora, elogiou ontem publicamente a escolha de Dias, durante um evento da Comissão Estadual da Verdade, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Antes de ocupar o cargo de ministro da Justiça, Dias foi secretário da Justiça de São Paulo, entre 1983 e 1986, no governo Franco Montoro, e presidiu a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. No julgamento do chamado mensalão, atuou na defesa de Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural.

 

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