Organizado pelo Fórum Aberto pela Democratização da USP, que reúne associações de professores, estudantes e funcionários, o ato foi realizado no auditório do Instituto de Oceanografia. Entre os presentes encontravam-se a filósofa e professora Marilena Chauí; o juiz Jorge Luiz Souto Maior, da Associação Juízes pela Democracia; o deputado Adriano Diogo, presidente da Comissão Estadual da Verdade, criada na Assembleia Legislativa; o professor Edson Telles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos; e o procurador Sérgio Gardenghi Suiama, do Grupo Justiça de Transição, do Ministério Público Federal (MPF).
Da lista de aproximadamente 400 mortos e desaparecidos no período do regime militar(1964-1985), um total de 47 tinham ligações com a USP, segundo informações obtidas pelos organizadores do evento. O objetivo da comissão seria analisar esses casos e outras possíveis violações de direitos humanos ocorridas na instituição, como cassações e aposentadorias compulsórias. O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) faz parte da lista dos professores que foram obrigados a se afastar da USP.
"Há um movimento geral na sociedade brasileira no sentido de buscar a verdade sobre fatos ocorridos na ditadura", observou Renan Quinalha, doutorando da USP e membro do Fórum Aberto. "A USP não pode ficar alheia a esse movimento."
Segundo Quinalha, a coleta de assinaturas e o ato público foram os primeiros passos do movimento para a instalação da comissão.
Durante o ato, ao relembrar a violência da ditadura e a que se verifica hoje no País, a filósofa Marilena Chauí criticou a ideia de que a sociedade brasileira seria essencialmente cordial e pouco afeita à violência. Para ela, a história do País tem sido marcada por todo tipo de violência, com bases no racismo, no sexismo e na distinção de classes, entre outros fatores.
Acompanhe o blog pelo Twitter - @Roarruda