O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, começou a trabalhar para reverter o voto de um eleitorado que, apesar de considerá-lo mais bem preparado, ainda declara apoio a Dilma Rousseff (PT), a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Pelo segundo dia consecutivo, nesta quarta-feira, 7, em Jundiaí, Serra prometeu ampliar o programa para mais 15 milhões de família. Hoje o programa tem cerca de 12,6 milhões de família beneficiadas. O discurso do candidato casa com orientação da campanha, de que, a partir de agora, Serra detalhe mais as propostas de governo, apontado onde e de que forma agirá.
Levantamentos feitos pelo PSDB mostram que a maioria dos eleitores vê em Serra o candidato mais qualificado para assumir a condução do país, apenas não em uma área: a gestão do Bolsa Família.
Ao defender o Bolsa Família, José Serra desmente para o eleitorado as declarações de petistas de que uma vez eleito, o candidato da oposição acabaria com o programa, explica o deputado João Almeida (PSDB-BA). "Nós vamos trabalhar para vacinar os eleitores contra todas essas mentiras que o PT inventa", afirma o deputado, que é líder do PSDB na Câmara dos Deputados.
Outra mudança de discurso é que, Serra tem chamado mais Dilma para o embate. Até agora, ela tem se esquivado. A preocupação do PSDB é não deixar a campanha caminhar para o plebiscito planejado por Lula de comparação dos oitos anos do atual governo com os oito anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso.
A estratégia é atrair Dilma, cada vez mais, para a comparação entre candidatos, e não governos. "Serra sabe que se for comparado com Lula, não ganha", afirma um interlocutor tucano.
"Eles querem esconder a Dilma e mostrar o Lula", completa o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos coordenadores da campanha de Serra. "Mas no programa eleitoral, apesar de ela vir muito plastificada, vai ter que aparecer", completa.
Agenda
Iniciada a campanha, o próximo passo é reunir o conselho político da eleição de Serra. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), pretende articular, neste fim de semana, o primeiro contra oficial do grupo, formado pelos presidentes das legendas aliadas (PPS, DEM e PTB), além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG). A reunião deve ser em Brasília, na semana que vem.
A primeira função do grupo será montar uma agenda para os próximos 45 dias de campanha - tempo que antecede o início da propaganda na TV e no Rádio. O calendário não indicará compromissos específicos para o candidato, e sim áreas de atuação e regiões do país que Serra deveria trabalhar mais.
O candidato a vice-presidente, o deputado Índio da Costa (DEM), também terá uma agenda definida pelo grupo. A função dele- segundo já definiu o marqueteiro Luiz Gonzalez - será cuidar de três áreas: coordenar a eleição de Serra no Rio; ser o articulador da campanha na internet; e estabelecer um canal de comunicação com o eleitorado jovem.