Armando Fávaro
11 de novembro de 2010 | 17h15
Eliana Lima, Especial para o Estado
SALVADOR – A Polícia Federal ainda busca cumprir seis mandados de prisão, como parte da Operação Carcará, desenvolvida na quarta-feira, 10, em 20 municípios da Bahia. Na ação, 40 pessoas foram presas, entre elas, sete prefeitos. A maioria dos acusados é formada por servidores públicos suspeitos de desvio de verbas federais e fraude em licitações. Segundo a Polícia Federal, 33 dos detidos foram encaminhados para a Cadeia Pública, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde permanecem à disposição da Justiça. Apenas os prefeitos estão na carceragem da Polícia Federal.
A Justiça já determinou o sequestro dos bens e o bloqueio das contas bancárias de todos os investigados. O esquema envolvia fraudes em licitações e desvios de verbas de merendas escolares, compra de medicamentos e execução de obras públicas. Auditorias realizadas pela Controladoria Geral da União (CGU) conseguiu comprovar prejuízos estimados em R$ 65 milhões aos cofres públicos, mas a PF acredita que o volume desviado pode ser muito maior, alcançando algo em torno de R$ 300 milhões.
Conforme o delegado Cristiano Sampaio, “a polícia focou a sua ação naqueles prefeitos com a materialidade do crime comprovada”. Mas é possível que, nas demais prefeituras onde foram constatadas irregularidades, os prefeitos também tenham algum envolvimento no esquema, o que ainda precisa ser confirmado. “Com toda certeza, os outros treze prefeitos dos municípios investigados serão, ao menos, intimados a prestar depoimentos”, disse o delegado.
As investigações apontaram o empresário Edison dos Santos Cruz, como líder do esquema, que tinha como sede a cidade de Itatim. Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça a Polícia Federal descobriu a extensão das fraudes, denunciadas, inicialmente como ocorrendo apenas no município de Itatim.
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