A Polícia Federal grampeou o comitê eleitoral do PSDB no Acre na campanha eleitoral de 2010. As escutas telefônicas às quais o Estado teve acesso revelam detalhes da campanha do candidato tucano ao governo, Tião Bocalon, como definição de agendas e requisição de material de propaganda. Até conversas com a coordenação nacional de José Serra à Presidência foram interceptadas.
O ex-governador de São Paulo, que então disputava a Presidência com a petista Dilma Rousseff, considerou a revelação um "fato gravíssimo". Para o tucano, o grampo no Acre "acrescenta-se a outros episódios da mesma natureza, como as quebras ilegais de sigilo fiscal na tentativa de usá-los como armas eleitorais."
A PF confirmou na terça-feira, 6, ao Estado que um telefone do diretório tucano no Acre foi grampeado. Segundo o órgão, o número estava em nome da deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), alvo de inquérito por uso de caixa 2 e fraude eleitoral. A deputada nega que tenha cedido o telefone ao comitê.
Ouça abaixo os áudios da Polícia Federal:
Grampo interceptou ligação de repórter do portal G1 para o PSDB-AC
Gravação mostra assessora da campanha de Serra passando orientações
Em conversa interceptada, coordenador diz que ganhar do PT é "questão de honra"
Coordenação nacional da campanha de Serra discute remessa de propaganda
Presidente da Associação dos Magistrados do AC tenta falar com Tião Bocalon
Funcionária do comitê encomenda almoço para equipe do PSDB no Acre
Secretária do comitê do PSDB revela agenda do candidato a governador